Que nos dê segurança

 Desafio é algo rotineiro para a cadeia produtiva do arroz. O desafio de produzir, de processar, de vencer uma das cargas tributárias mais pesadas do mundo, de ser competitivo contra tudo e contra todos, de exportar com logística precária e conquistar uma fatia do comércio mundial pela qualidade. De buscar renda num ambiente em que o custo costuma se sobrepor ao preço de venda do produto, de colocar o arroz nas gôndolas dos supermercados apesar dos enxovais, pedágios e outras manobras dos varejistas, de superar o clima e todas as adversidades.

Segurança é algo que o arrozeiro e, muitas vezes, o industrial não têm.

Por isso, é muito bem-vinda a mobilização da cadeia produtiva em busca do direito de escolher a instituição e o modelo do seguro agrícola que irá fazer. Um empresário, empreendedor, que assume todos os riscos para produzir um alimento básico do seu país e ainda oferece excedentes para suprir a fome do mundo deveria ter como pilar de sua atividade a segurança de que se perder sua colheita para o clima será compensado pelo menos com o valor investido.

Seguros penduricalhos, atrelados ao financiamento e que obrigam a todos os tipos de lucro aos bancos, beiram a extorsão. Seguros que não cobrem uma lavoura não são seguros, são armadilhas contra o produtor, a produção, o consumidor e a economia regional.
Que a mobilização dos arrozeiros tenha êxito, pois é justa. Que o governo federal realmente aja no sentido de mudar este status quo, que as seguradoras independentes consigam através da competição elevar o seguro agrícola a um novo patamar.

E que o arrozeiro, sojicultor de várzea, pecuarista, esse produtor de alimentos que evolui em seus cultivos em busca da viabilidade econômica, social, ambiental e cultural, enfim consiga ter a segurança necessária para plantar, colher e, se tiver perdas, pelo menos ter a garantia de que plantará de novo na próxima temporada. Seguro não é favor, é um negócio. E deve seguir as regras e servir aos dois lados envolvidos. Não apenas gerar lucro para uns e prejuízos para outros.

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