Quebra na safra deve agravar crise na cadeia produtiva do arroz no RS

 Quebra na safra deve agravar crise na cadeia produtiva do arroz no RS

Ademar Kochemborger: quebra na safra do arroz deve agravar mais o quadro de endividamento dos produtores gaúchos

As projeções feitas pela União Central dos Rizicultores (UCR) para a safra de arroz são bem mais sombrias que as reveladas nesta terça-feira pelo presidente do Irga.

A 19ª Feira Nacional do Arroz (Fenarroz) foi aberta nesta terça-feira com uma péssima notícia para o setor orizícola gaúcho e para a cadeia produtiva do arroz. A colheita deste ano está encerrando com uma drástica redução, e os produtores gaúchos devem colher 1,4 milhão de toneladas a menos que na safra passada. A estimativa foi feita pelo presidente do Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga), Gunter Frantz, durante entrevista à Rádio Fandango AM/FM.

Estima-se que a quebra nos mais de oito milhões de hectares cultivados no Estado seja de cerca de 30%. Com isso, o prejuízo acumulado na área de arroz do Rio Grande do Sul não deve baixar de R$ 1,2 bilhão. O presidente do Irga disse que os reflexos do recuo na colheita devem atingir em cheio os municípios que ainda dependem basicamente da lavoura de arroz.

SOJA

Para os municípios que conseguiram diversificar sua lavoura, como é o caso de Cachoeira do Sul, onde a área de soja foi bem maior que a de arroz, os efeitos da queda na colheita podem ser menores, mas, ainda assim, esfriarão segmentos como comércio e indústria.

Conforme Frantz, diante da crise gerada pela quebra na lavoura, o setor arrozeiro aguarda com expectativa a presença de autoridades estaduais e nacionais na próxima quinta-feira, na Fenarroz, para apresentar uma série de pedidos, entre eles, de nova securitização da histórica dívida do setor.

UCR antevê prejuízo de R$ 58 milhões no município

Já as projeções feitas pela União Central dos Rizicultores (UCR) para a safra de arroz são bem mais sombrias que as reveladas nesta terça-feira pelo presidente do Irga.

O presidente da entidade, Ademar Pinto Kochemborger, declarou ao Jornal O Correio que só Cachoeira do Sul deve contabilizar perdas estimadas em R$ 58 milhões na área orizícola.

O arrozeiro previu que a quebra na área cultivada de 30 mil hectares no município não deve baixar de 30%. Porém, se levados em conta os cerca de 5 mil hectares devastados pelas enchentes do final do ano passado, onde as perdas chegaram a 100%, a quebra pode superar os 40%.

SACAS

Na projeção feita pela UCR, Cachoeira do Sul deixará de colher 1,4 milhão de sacas, recuo que deverá impactar outros segmentos da cadeia produtiva, como comércio e serviços. De acordo com Kochemborger, há pelo menos três anos que o rendimento da lavoura de arroz vem ficando aquém do custo de produção. Os prognósticos feitos pela entidade para a safra estadual são mais pessimistas que os apresentados pelo presidente do Irga, Gunter Frantz.

Segundo Kochemborger, os prejuízos na lavoura estadual devem chegar a R$ 2 bilhões, com quebra estimada de 30% na área de 8 milhões de hectares cultivados.

Audiência pública para pedir socorro às autoridades

Nesta terça-feira, primeiro dia da Fenarroz, a UCR distribuiu um convite aos produtores para que participem de uma audiência pública marcada para quinta-feira, no parque de exposições. O encontro iniciará às 9h e será palco do debate sobre a situação da lavoura orizícola, que, segundo o presidente da entidade, Ademar Kochemborger, está sendo inviabilizada pela crise.

Os produtores querem aproveitar a presença do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, na feira, para encaminhar pedidos de renegociação de dívidas, também agravada pelas quebras na área de arroz. Uma nova securitização será um dos principais pedidos do pacote a ser entregue às autoridades. Além de Maggi, estarão na Fenarroz na próxima quinta-feira a senadora Ana Amélia Lemos e parlamentares ligados ao agronegócio.

O CORREIO PERGUNTA

A Ademar Pinto Kochemborger, presidente da UCR

Por que não haverá protesto de arrozeiros na quinta-feira, na Fenarroz?

“Não queremos espantar o ministro, mas, sim, que ele nos dê apoio para conseguirmos reverter essa crise. O protesto é uma opção para mais adiante, caso o diálogo não resolva.”

3 Comentários

  • Quebra de 30%!!!! E agora, José? O preço em Pelotas já está ultrapassando os 45 reais. E nem é motivo de festejo. 50 reais vai mal ajudar a fechar contas. Apenas ajuste de oferta e demanda. Sds

  • Em Pântano um negocio a 46.00 hoje por pequeno lote de arroz de 56 x12. ….Vamos segurar para chegar ao preço mínimo de 50.00 pila!

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter