Queda na estimativa da produção agrícola pesa na inflação de alimentos

Estimativa é que a safra de grãos seja 11% menor do que no ano passado. De um ano pra cá, arroz ficou 21% mais caro e preço do feijão 166% maior..

O IBGE reduziu a previsão da safra de grãos para este ano, o que deve continuar pressionando o preço dos alimentos. A estimativa de que a safra de grãos vai ser 11% menor do que no ano passado só confirmou a preocupação dos produtores e dos consumidores no supermercado. A queda na safra brasileira tem três personagens fundamentais: milho, arroz e feijão.

Eles perderam espaço para a soja na área de plantio e ainda sofreram com o excesso de chuva. No caso do milho, a produção caiu 23% em relação ao ano passado e as exportações aumentaram 12,3%. Resultado: faltou milho no Brasil.

"A gente fez muitos contratos de exportação que tiveram até que ser revistos agora, é o chamado ‘wash out’, é a recompra desses contratos para poder ficar esse milho no mercado interno. Então valeu a pena memso pagar a multa pra recompra desse cereal poder ofertar aqui para a indústria interna que está pagando preços altíssimos", aponta César de Castro Alves, analista de mercado da MBAgro.

Ele é principal item na ração de animais. Se fica mais caro, e puxa para cima o preço das carnes e do ovo. O brasileiro, que já anda apertado por queda na renda e no desemprego, parte para a combinação mais básica possível: arroz e feijão. Só que a produção deles também caiu.

A produção de arroz caiu 14,9% e a de feijão 13,3%. Assim, em um ano, o arroz ficou 20,9% mais caro e o preço do feijão 166% maior. É tão absurdo que o Banco Central está de olho no prato de comida para decidir se baixa ou não os juros da economia.

"Esse aumento do custo da cesta básica tem tanto destaque que também é considerado hoje pelo Banco Central um dos itens a ser monitorado pra definição das próximas decisões de política monetária", explica Tatiana Pinheiro, economista do Santander.

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