Queda na oferta, alta nos preços

Mercado internacional aquece no final do ano, mas o câmbio não ajuda a exportação brasileira.

Para o analista de mercados Carlos Cogo, a alta dos preços internacionais no quinto bimestre de 2010 decorreu do fornecimento mais escasso resultante de catástrofes naturais consecutivas em grandes consumidores e exportadores de arroz, como China, Tailândia, Filipinas e Paquistão. Além disso, no relatório de outubro, a USDA reduziu as estimativas de safra para a China, Paquistão e Indonésia em 4,7 milhões de toneladas de arroz beneficiado no ciclo 2010/2011. “Só no Paquistão, um tradicional exportador, a queda foi de 18,5%. Isso interferiu na oferta regional e teve reflexos nos preços mundiais”, avisou. 

Ainda segundo Carlos Cogo, as quebras no Paquistão e a firme demanda por produto da Tailândia e do Vietnã mantêm os preços mundiais do arroz sustentados, embora sem acompanhar as altas registradas desde julho passado para o trigo (57%) e para o milho (53%). Nos Estados Unidos, na Bolsa de Chicago, em outubro os preços futuros do arroz em casca, com vencimento em novembro de 2010, atingiram US$ 300,00 por tonelada, com elevação de 16,4% em relação ao mês anterior. 

Os preços futuros registram uma alta de 26,7% entre a primeira semana de julho e a segunda quinzena de outubro, após um prolongado período de baixa. O cereal norte-americano para exportação também apresentou um incremento significativo em outubro. O arroz beneficiado (5% de quebrados), que em setembro era cotado a US$ 460,00 por tonelada, subiu para US$ 550,00 por tonelada, uma alta de 19,6%.

Fique de olho
O Brasil é personagem importante na composição do mercado internacional, mantendo-se entre os 10 principais importadores e, em alguns momentos, também entre os 10 principais exportadores mundiais. O analista de mercado internacional Patrício Méndez del Villar explica que, apesar da exportação menor em 2010, o Brasil continua sendo um dos atores presentes no mercado internacional pelo alto volume de compras, principalmente do Mercosul, para o abastecimento interno. Essa relação com o mercado mundial e as oscilações do câmbio são fatores que afetam diretamente os preços internos brasileiros, seja pela regulação do teto ou do piso das cotações, a partir da equivalência do arroz nacional com o produto internacional. Ou seja, o preço do arroz no mercado interno é determinado pela cotação mínima e a máxima do arroz que é importado.

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