Reação

Contrariando a expectativa,
RS vai aumentar área de
arroz cultivada nesta safra.

O Rio Grande do Sul, principal produtor de arroz do Brasil, vai ampliar levemente sua área cultivada na safra 2012/13, contra todos os prognósticos iniciais da cadeia produtiva. A recuperação hídrica dos mananciais para irrigação, com as chuvas de primavera, foi ponto determinante para este comportamento, bem como os preços praticados, que alcançaram uma zona de conforto no patamar entre R$ 38,00 e R$ 39,00 a partir de setembro. Com preços remuneradores e água disponível, bem como um tempo adequado para o plantio, o ritmo de safra aproxima-se daquele da safra passada, com cerca de 85% da área cultivada até 15 de novembro, o período ideal.

Segundo dados do setor de política setorial do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), 1,057 mil hectares serão cultivados nesta temporada, contra os 1,054 semeados na safra passada (foram colhidos 1,037 mil hectares). A expectativa inicial do Irga era de uma superfície semeada com 1,034 hectares em 2012/13, mas a volta das chuvas trouxe novo ânimo ao setor. “Muitos produtores também farão rodízio com soja em áreas que precisam de rotação para eliminar invasoras e quebrar ciclo de pragas, além do fator de atratividade econômica”. O Irga estima que 250 mil hectares serão cultivados com soja nas regiões de várzeas.

O presidente da Federarroz, Renato Rocha, considera que a safra será normal. “Houve momentos de grande preocupação por causa da estiagem que já perdurava há mais de um ano. A última safra já foi realizada sob a pressão da falta de água e o inverno foi muito seco. Ainda assim, a situação não é completamente tranquila com relação aos mananciais, pois muitos produtores precisaram banhar o arroz para germinar por falta de chuvas entre o final de outubro e a metade de novembro, e isso é um gasto de água que não se esperava”, reconhece.

Segundo Rocha, se a Conab ajustar a oferta de grão do governo e utilizar parâmetros de preços similares aos do mercado, bem como for levada adiante a garantia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de que não faltarão recursos para dar suporte à comercialização do arroz, se necessário, em 2013, o próximo ano comercial será, novamente, de bons resultados para a lavoura. “Mas é preciso uma solução para as dívidas do setor e que o produtor libere o produto apenas de acordo com a sua necessidade, sem gerar pressão de oferta logo a partir da safra. Quem plantar soja, negocia a soja primeiro. Quem tiver pecuária, que opte por essa via de capitalização. O arroz deve ser negociado aos poucos, para garantir, ao final do ano, uma boa renda”, ensina.

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