Redução será gradual
Limites superiores consideram condições muito otimistas para
a cadeia produtiva.
Para chegar à produção de 10,6 milhões de toneladas de arroz em casca limpo e seco em 2028/29 frente ao consumo de 11 milhões, portanto, um déficit de 400 mil toneladas por ano, o estudo “Projeções do agronegócio 2018/19 a 2028/29” indica aumento anual inexpressivo de 0,03% para as próximas colheitas. Já em termos de área cultivada, a estimativa é de que o país exclua 1 milhão de hectares do sistema produtivo nos próximos 10 anos, recuando de 1,697 milhão de hectares para 673 mil semeados no ciclo 2028/29. Isso representa uma redução percentual de 8,6% ao ano, ou 60,3% sobre o número consolidado na última semeadura.
Segundo técnicos da Embrapa, os números da projeção são muito realistas, em que pese a grande dose de otimismo do teto superior apontado.
As colheitas poderão aumentar de forma significativa se o Brasil conseguir uma inserção mais expressiva no mercado internacional e isso der suporte aos preços e ao avanço de área. Com isso conseguiria gerar mais renda e manter a produção de excedentes para exportação. No entanto, lembram que atualmente apenas 8% da safra global é movimentada no comércio internacional. E a maior parte nem é arroz longo fino, padrão do grão consumido no Brasil.
Para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), os aumentos recentes no nível das colheitas decorrem de duas razões principais: diminuição da área plantada com arroz de terras altas (sequeiro), que tem o rendimento por área bem mais baixo que o arroz irrigado, cuja área avançou, e aumento de produtividade efetiva dentro de cada sistema de cultivo. Ou seja, tanto as lavouras do seco quanto as irrigadas estão mais produtivas por causa da evolução das tecnologias aplicadas.