Reforço porreta

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) está atenta ao crescimento da orizicultura no Maranhão e já trabalha no desenvolvimento de cultivares mais adaptadas às características da região. O chefe-geral da Embrapa Cocais, Valdemício de Sousa, informa que a unidade pretende lançar em dezembro uma nova variedade de arroz para a Baixada Maranhense: a BRSMA Arari.

Embora a Embrapa ainda não antecipe muitas informações sobre a nova cultivar, Sousa adianta que serão distribuídas 100 toneladas destas sementes selecionadas aos agricultores. “Com a variedade, estimamos uma produtividade de 4 mil a 5 mil quilos por hectare”, informa o pesquisador, lembrando que a média produtiva no Maranhão é de cerca de 1.500 quilos por hectare.

Para o pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão (GO) e coordenador da Rede Brasil Arroz, Carlos Magri Ferreira, o mais importante não é só o aumento da produtividade e, consequentemente, da produção. “O desafio é atender a um mercado exigente. É necessário que o produtor melhore a qualidade da semente plantada e do arroz colhido, garantindo sua rentabilidade e atendendo as exigências do consumidor. Caso contrário, iremos continuar importando arroz para o Maranhão”, analisou Magri.

A Baixada Maranhense é uma das mais tradicionais microrregiões de cultivo de arroz do Nordeste, o qual é realizado predominantemente por pequenos agricultores. Na safra 2010/11, a região foi responsável pela produção de 53.474 toneladas de grãos em casca, obtida em cerca de 31 mil hectares, com média produtiva de 1,5 mil quilos por hectare. É uma região caracterizada pelo relevo plano, com alta fertilidade natural dos solos e boa capacidade de retenção de água, condição esta favorável ao cultivo do arroz em sistema de vazante.

A BRSMA Arari combina as seguintes características agronômicas: ciclo longo (140 dias até a colheita), arquitetura de planta moderna, resistência ao acamamento, grãos com boa qualidade industrial e culinária, resistência a cinco raças prevalentes de brusone e produtividade de grãos superior a cultivar Lajeado, predominante na região. Pode ser cultivada com ou sem controle de lâmina d’água.

QUESTÃO BÁSICA
A BRSMA Arari foi avaliada na Baixada Maranhense nos anos de 2010 e 2012, em ensaios nos municípios de Arari, Vitória do Mearim e Miranda do Norte, juntamente com as cultivares BRS Alvorada, Lajeado, Lajeado Liso, Chorinho, Ipamerí e Caeté. A BRSMA Arari produziu, em média, 3.457 quilos por hectare, 42,7% superior à obtida com a Lajeado. Os grãos se classificam na classe longo fino e os rendimentos de inteiros e total, respectivamente, são superiores a 60% e 67%. Apresentam ainda teores de amilose e temperatura de gelatinização altos e baixa incidência de centro branco. Nos testes de cocção, os grãos se mostraram soltos e macios após o cozimento.