Relatória da Emater/RS confirma perda na safra de arroz

Com esse cenário se repetindo, em maior ou menor escala pelas regiões produtoras, o percentual de área semeada aumentou seis pontos durante o último período, alcançando 80%, indicando que parte da área projetada poderá não ser finalizada.

De acordo com a reavaliação da Emater/RS-Ascar, feita durante a segunda quinzena de novembro sobre a intenção de plantio para o verão, o arroz foi uma das culturas mais prejudicadas com as chuvas fortes que atingem o Estado desde o final de novembro. Para os orizicultores, a semana ainda foi de muita dificuldade na retomada dos trabalhos de implantação desta safra. A manutenção da umidade do solo em níveis excessivos e a continuidade de alagamentos nas áreas próximas a rios e arroios seguem prejudicando a conclusão do plantio.

Só na Campanha e Fronteira Oeste, segundo informações da região administrativa de Bagé, aproximadamente 20 mil hectares ainda se encontram alagados e sem possibilidade de manejo. Com esse cenário se repetindo, em maior ou menor escala pelas regiões produtoras, o percentual de área semeada aumentou seis pontos durante o último período, alcançando 80%, indicando que parte da área projetada poderá não ser finalizada. As expectativas com relação à área plantada deverá depender do quanto os agricultores conseguirão recuperar.

Já a cultura do feijão, mesmo com a situação de campo ainda com alta umidade, não deverá sofrer grandes alterações. A queda, de 0,95% para 84.143 ha, mantém-se na produtividade inicialmente estimada. A produção da 1ª safra de feijão do Estado deverá ser de 98.616 toneladas, ficando 8,37% acima da safra do ano anterior. Em boa parte das lavouras, as chuvas diminuíram consideravelmente em grande parte da área de produção de feijão. Essa situação propiciou pequeno avanço no plantio e na colheita, embora ainda mantenha atrasos que deverão continuar afetando de forma negativa a cultura instalada.

Segundo a diretora técnica da Emater/RS, Águeda Marcéi Mezomo, o quadro de umidade excessiva e atrasos na fase de desenvolvimento estão prejudicando o comportamento e a evolução da cultura do feijão, com o aparecimento de doenças fúngicas e o abortamento de vagens.

A soja é outra cultura cuja implantação segue com significativo atraso em relação aos anos anteriores. O percentual de área semeada atinge somente 65% do previsto, quando deveria estar em 81%, segundo a média das últimas safras. Dificuldades na dessecação da vegetação de cobertura pelo excesso de chuvas e as consequentes condições inadequadas de manejo são apontadas pelos técnicos como as principais causas. Outro problema se refere ao aparecimento, com mais intensidade, de problemas fitossanitários, como doenças fúngicas e lagartas típicas de início de desenvolvimento.

O milho, por suas características, parece não ter sido muito afetado pelas recentes chuvas. Apesar dos transtornos provocados, como a necessidade de replantio de algumas áreas ou a intensificação no controle de pragas e invasoras, o desenvolvimento da atual safra evolui dentro de uma aparente normalidade, apresentando apenas um pequeno descompasso em relação aos anos anteriores. Segundo os técnicos, o estado geral das lavouras pode ser considerado bom, com algumas exceções localizas em áreas mais baixas, onde a drenagem natural do solo é mais difícil, provocando o amarelecimento das plantas e a paralisação do crescimento.

Em relação às forrageiras anuais de verão, como o milheto, o sorgo forrageiro e o capim sudão, seu cronograma de plantio está bastante comprometido. Naquelas localidades em que as precipitações ocorridas já ultrapassaram os volumes normais para o mesmo período, o excesso de umidade está provocando também o mau desenvolvimento das áreas recentemente implantadas.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter