Replantio do arroz será necessário depois da chuvarada em Cachoeira do Sul

 Replantio do arroz será necessário depois da chuvarada em Cachoeira do Sul

Várzeas estão alagadas e cultura do arroz passa por mais um momento delicado

Os 420 milímetros de chuva que caíram sobre Cachoeira do Sul nesta semana levaram por água abaixo a previsão de supersafra para o arroz.

A chuvarada que caiu sobre o Rio Grande do Sul entre sábado (15) e quarta-feira (19), com concentração maior em Cachoeira do Sul, vai forçar o replantio do arroz já semeado nas regiões produtoras. A constatação é do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), que espera as águas baixarem nas várzeas para fazer uma avaliação mais precisa do cenário local.

O coordenador regional do Irga, engenheiro agrônomo Pedro Trevisan Hamann, explica que ainda não há como saber as proporções dos estragos causados pela enchente, mas já tem conhecimento de que há danos em estruturas de irrigação, como taipas e canais de açudes. “Por enquanto, não há muito a fazer ou recomendar a não ser esperar as águas baixarem. A partir daí, será preciso retomar imediatamente a semeadura”, ressalta o agrônomo.

Ao contrário das semanas anteriores, nos últimos cinco dias o plantio avançou pouco no município, ao redor de 3%, devido à chuvarada. Na largada da safra 2016/2017, o período mais seco agilizou o preparo do solo e a semeadura numa larga extensão de área em tempo considerado recorde na história recente da orizicultura de Cachoeira do Sul.

Os números provam isso. Nos últimos 20 dias, a semeadura chegou a 28,1% da área de intenção de plantio, que é de 30,1 mil hectares no município. O percentual equivale a 8.458 hectares, ou seja, quase um terço da safra de arroz plantada em quase três semanas.

Em safras anteriores, este mesmo desempenho era alcançado depois de 10 de novembro, que é quando se encerra o período de semeadura recomendado para maiores ganhos em produtividade.

Previsão de supersafra foi por água abaixo

Os 420 milímetros de chuva que caíram sobre Cachoeira do Sul nesta semana levaram por água abaixo a previsão de supersafra para o arroz no período 2016/2017. Com a interrupção do plantio devido ao alagamento das várzeas, é provável que haja atraso na implantação das cultivares, e isso deverá se refletir na produtividade, que mais uma vez deverá ficar abaixo dos 7 mil quilos por hectare na média geral do município.

Nisso, o Irga e a Federarroz concordam. O agrônomo Pedro Hamann frisa que a situação ainda não é tão grave como na safra passada, quando ocorreram enchentes em outubro e dezembro, período este que é bem mais decisivo do ponto de vista produtivo. “Agora, ainda é possível recuperar boa parte de eventuais perdas”, analisa Hamann.

O presidente da Federarroz, Henrique Dorneles, também afirma que a expectativa de uma supersafra de arroz na região não vai se consolidar. “Nós vamos precisar esperar a umidade do solo diminuir e a previsão do tempo está indicando mais chuvas. O plantio definitivo só poderá ser restabelecido em novembro, ou seja, fora da janela ideal”, explica.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter