Retração catarinense
Epagri projeta leve queda em área de Santa Catarina
Segundo principal produtor de arroz do Brasil, o estado de Santa Catarina deverá registrar leve retração na área plantada na safra 2023/24. A estimativa da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) aponta para uma variação de -0,87% sobre a temporada anterior, principalmente relacionada às regiões do litoral norte e alto vale do Itajaí, explicada pela conversão de áreas de arroz em loteamentos urbanos, conforme a economista Gláucia Padrão, do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Cepa), da Epagri.
“A expansão dos empreendimentos imobiliários em áreas limítrofes às zonas urbanas é um fenômeno cada vez mais presente nestas regiões”, observou a especialista.
A produtividade também deverá ser menor, em estimados -0,87%, haja vista que a produtividade da safra anterior foi excepcional, enquanto na safra atual a previsão é de retorno a um patamar de normalidade.
O clima adverso, com excesso de chuvas em boa parte das regiões arrozeiras e enchentes, também vem prejudicando o desenvolvimento das lavouras catarinenses, de perfil muito baixo e de difícil drenagem. “A confirmação do fenômeno El
Niño e as primeiras ocorrências de chuvas acima da média, com inundações e muitos dias nublados, são fatores que contribuem na previsão de uma produtividade abaixo das últimas temporadas”, acrescentou Gláucia. Com isso, a produção estimada é de 1,252 milhão de toneladas de arroz em casca a serem absorvidas pela indústria catarinense, queda de
1,73%. A demanda, porém, gira em torno de 1,5 milhão de toneladas, em maior parte, suprida pela safra catarinense, com cerca de 300 a 400 mil toneladas restantes pelo Rio Grande do Sul e países vizinhos (Uruguai e Paraguai).
Novembro inicia com quase 100% da área semeada no estado, mas algumas regiões com a necessidade de replantio em zonas específicas, especialmente no alto vale do Itajaí. Nas demais regiões, os prejuízos são pontuais e as lavouras tendem a se recuperar até o fim do ciclo.
Das lavouras implantadas, 90% estão em boas condições. Entre os apontamentos, há relatos de dificuldade de aplicação de herbicidas devido às chuvas, o que tende a resultar em problemas com escapes e dificuldade de controle de plantas daninhas.