Reunião em Porto Alegre vai cobrar cotas do Mercosul

Uma reunião em data ainda a ser definida em Porto Alegre reunirá todas as cadeias produtivas gaúchas que se julgam prejudicadas pela importação de produtos in natura do Mercosul pelo Brasil.

A mobilização pelo estabelecimento de cotas de importação de produtos do Mercosul pelo Brasil será lançada em Porto Alegre na próxima semana. Uma reunião está sendo articulada, provavelmente na Farsul, para juntar os arrozeiros e as cadeias produtivas do vinho, do trigo, do leite e da cebola, entre outras, num movimento para cobrar do Governo brasileiro a adoção de regras restritivas ao ingresso de produto do Mercosul no mercado do Brasil.

Segundo Valter José Pötter, presidente da Federarroz, deste encontro deverá sair um documento que será levado aos ministros da Fazenda, da Agricultura e Pecuária e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Além dos arrozeiros, o encontro reunirá a cadeia produtiva do vinho, do trigo, do leite e da cebola, entre outros. Produtores vão cobrar do Governo Federal a adoção de medidas de restrição comercial similares às tomadas pela Argentina com relação aos eletrodomésticos brasileiros.

Segundo Pötter, o Governo brasileiro sempre alegou imensas dificuldades de renegociar acordos comerciais do bloco econômico para restringir o ingresso de excedentes de arroz do Mercosul no Brasil, mesmo quando isso gerou prejuízos significativos à cadeia produtiva nacional.

“Hoje estamos no limiar de vivenciarmos novamente esta situação e, diante do que fez a Argentina e a facilidade com que conseguiu restringir o ingresso de produtos manufaturados brasileiros em seu mercado, exigimos igual postura do Governo brasileiro com relação ao arroz e outros produtos”, destacou Pötter.

Os arrozeiros estabeleceram o ingresso de 550 mil toneladas como limite tolerável de importações do cereal do Mercosul de 1º de junho de 2004 até 28 de fevereiro de 2005. Exigem restrição total à importação de arroz do Mercosul no ano comercial de 2005, quando acreditam que o Brasil será autosuficiente e ainda terá um estoque de passagem de 1 milhão de toneladas.

Representantes da orizicultura brasileira já estão a caminho de Buenos Aires para encontros com o setor do Mercosul, onde devem expor esta decisão.

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