Rigotto lança congressos orizícolas destacando metas de exportação
Programados para 25 a 27 de agosto, os dois congressos terão como local o Centro de Eventos do Plaza São Rafael, em Porto Alegre, e vão receber representações dos diversos pólos produtores do Brasil e do exterior.
O governador Germano Rigotto disse nesta segunda-feira, ao lançar o 6º Congresso Brasileiro de Economia Orizícola e o 1º Congresso Latino-Americano de Economia Orizícola, em solenidade no Palácio Piratini, que a cultura do arroz, mais do que nunca, se impõe como força de desenvolvimento do Rio Grande do Sul, especialmente da metade sul do estado, por sua histórica vocação na atividade.
– Produzimos 50% do arroz plantado no Brasil, temos tradição na oferta de arroz de qualidade e trabalhamos com a meta de ampliar a produtividade atual de cinco toneladas por hectare para 6,5 toneladas por hectare, afirmou Rigotto.
Conforme destacou o governador, o debate sobre a economia orizícola não poderia ser mais oportuno do que neste momento, quando o mundo produz menos arroz do que consome e os estoques de grãos estão caindo. “Em 2000, o estoque mundial era de 148 milhões de toneladas. No ano passado, eram 70 milhões de toneladas. O consumo, enquanto isso, passou de 398 milhões de toneladas, na safra 1999/2000, para 417 milhões de toneladas, considerando-se o período 2004/2005. O Rio Grande do Sul pode plantar mais, para que o país consolide sua auto-suficiência e, a partir daí, tenha condições de exportar”, afirmou.
MOTIVAÇÕES
Programados para 25 a 27 de agosto, os dois congressos terão como local o Centro de Eventos do Plaza São Rafael, em Porto Alegre, e vão receber representações dos diversos pólos produtores do Brasil e do exterior. Estarão em discussão os avanços da orizicultura no Estado, acordos internacionais já existentes, dificuldades enfrentadas pelo setor e métodos para uniformizar conhecimentos por meio de intercâmbios entre os participantes.
O Congresso Brasileiro de Economia Orizícola não era promovido pelo Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga) havia 23 anos e volta a ser realizado agora com duas motivações. Primeiro, porque o plantio deste ano, no Rio Grande do Sul, alcançou o recorde de 1 milhão de hectares cultivados, totalizando 6,31 milhões de toneladas de produtividade, o que equivale à média de 6.110 quilos por hectare. Segundo, porque 2004 foi declarado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) como Ano Internacional do Arroz.
NOVOS MERCADOS
Produtor do grão há mais de 100 anos, o Rio Grande do Sul tem atualmente 133 municípios dedicados ao cultivo, em seis regiões. Aproximadamente 80% da colheita são vendidos a outros estados brasileiros. No âmbito do Mercosul, o Estado contribui com cerca de 43% da produção de arroz e, em relação à América do Sul, participa com 26,8%. Considerando todo o continente americano (América do Norte, América Central e América do Sul), a participação gaúcha é de 16,7%.
“Em função do clima, do uso de tecnologia e de medidas tomadas pelo Irga no Governo Rigotto, avançamos para uma produção expressiva e, neste momento, a nossa oferta é possivelmente superior à do Mercosul”, disse o secretário da Agricultura e Abastecimento, Odacir Klein, defendendo que se busque, junto com o crescimento da produtividade, novos mercados e melhor remuneração ao produtor.
Comemorando o fato de o Brasil estar atingindo neste ano a auto-suficiência na produção de arroz, o presidente do Irga, Pery Francisco Sperotto Coelho, sustenta que este é um caminho sem volta. Segundo ele, os congressos orizícolas serão um canal importante para discussões com a cadeia produtiva brasileira e para a transmissão aos ministérios de Desenvolvimento, de Relações Exteriores e da Agricultura das projeções de crescimento da lavoura. “Assim, nos acordos regionais de comércio que vêm-se formando, o arroz poderá ter oportunidade, desde já, de se tornar uma commodity de exportação, como preconiza a FAO. É preciso aumentar a produção, nos próximos 25 anos, em 220 milhões de toneladas, ou seja, em 38%, para abastecer o mundo”, disse Sperotto Coelho.
PRESENÇAS
Estiveram também presentes à solenidade de lançamento os secretários do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais, Luis Roberto Ponte, da Habitação e Desenvolvimento Urbano, Alceu Moreira, das Obras Públicas e Saneamento, Frederico Antunes, do Meio Ambiente, Adilson Troca, e da Saúde, Osmar Terra, o presidente do BRDE, Lélio Souza, o delegado federal do Ministério da Agricultura, Francisco Signor, o superintendente estadual do Banco do Brasil, Valmir Rossi, os representantes da Federarroz, Hamilton Soares, da Fearroz, André Barreto, da Abrarroz, Artur Albuquerque, do Sindarroz, Cézar Gazzaneo, da Abfir, Fausto Lima, da Farsul, Carlos Sperotto, da Federasul, Antonio Sartori, da Fiergs, Claudio Bier, da Fecoagro, Rui Polidoro Pinto, do Conselho Regional de Agronomia, Francisco Bragança, e da Bolsa Brasileira de Mercadorias, Ronaldo Carvalho, o vice-presidente da Caixa RS Agência de Fomento, Rogério Wallau, o presidente da Ceasa, Roneide Dornelles, o presidente da Fepam, Claudio Dilda, e o presidente da Agert, Afonso Motta, além de deputados, presidentes e dirigentes de autarquias e órgãos federais, estaduais e municipais, e empresários do agronegócio.