Rigotto participa de mobilização de agricultores em Brasília

Governador gaúcho comanda comitiva que participará de audiência pública sobre o ingresso desmedido de produtos agrícolas do Mercosul, principalmente arroz, trigo e vinho. A audiência acontecerá no Senado Federal por iniciativa dos senadores gaúchos Sérgio Zambiasi (PTB) e Paulo Paim (PT).

O governador Germano Rigotto deverá acompanhar nesta terça-feira 21 os dirigentes de entidades representativas do setor orizícola gaúcho no encontro que terão, em Brasília, com os ministros da Agricultura, Roberto Rodrigues, e do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, para cobrar solução para os prejuízos enfrentados pelos produtores em função da concorrência argentina.

Rigotto recebeu quinta-feira, no Palácio Piratini, uma cópia do documento que será levado ao governo federal, entregue pelos presidentes da Farsul, Carlos Sperotto, do Irga, Pery Coelho, da Federarroz, Valter Potter, e da Câmara Setorial do Arroz, Francisco Schardong. Participou também da reunião o secretário da Agricultura e Abastecimento, Odacir Klein. Depois de conversar com os representantes das entidades, o governador saiu à rua e falou para um grupo de produtores rurais.

– Temos que encontrar alternativas que façam com que o nosso agricultor tenha condições de continuar produzindo. Do jeito como está, vão acabar com a orizicultura do Rio Grande do Sul, num momento em que estamos com a maior safra da história e com aumento de produtividade em nossas lavouras, afirmou.

COTAS

Para Rigotto, se a Argentina impõe cotas para a importação de produtos brasileiros, como televisores, autopeças, calçados e itens da linha branca, é preciso estabelecer limites também para a entrada de arroz, trigo e vinho argentinos no Brasil. “Não se pode aceitar que apenas um lado dite as regras”, enfatizou. Rigotto já tratou do assunto em Brasília, no último dia 30, com o ministro da Agricultura, em reunião onde foi discutido também o embargo russo à carne gaúcha. Aos dirigentes das entidades do agronegócio e aos produtores, o governador disse também que determinará fiscalização mais dura da entrada ilegal de produtos argentinos por via férrea.

No documento a ser encaminhado em Brasília, os orizicultores argumentam que o Brasil alcançou auto-suficiência na produção e no abastecimento de arroz em 2004. Com os excedentes do Mercosul e a entrada de produto argentino e uruguaio no mercado nacional, os preços caíram a tal ponto que o arroz vêm sendo comercializado a preços menores que o custo de produção.

Além disso, os orizicultores reclamam que o arroz importado do Mercosul é produzido com insumos e máquinas mais baratos e com menor carga de impostos, o que torna a concorrência com o arroz brasileiro ainda mais grave. As conseqüências, conforme enumera o texto, são sérias perdas aos plantadores, retrocesso econômico no comércio, desemprego e miséria para a região.

REIVINDICAÇÕES

Entre o que eles reivindicam, está a suspensão imediata das importações da Argentina e do Uruguai ou medidas compensatórias para corrigir as desigualdades tributárias e de custos de produção. Pedem também permissão para comprar insumos no mercado internacional sem burocracia, revisão do preço mínimo do arroz e maior controle no transporte e na venda do arroz.

Estiveram também com o governador o vice-presidente da Farsul, Gedeão Pereira, o assistente jurídico da entidade, Nestor Hein, os diretores da Federarroz Pablo Muniz, Gilmar Freitag e Rodrigo Costa, o diretor do Irga Rubens Silveira, o presidente do Sindicato Rural de Tapes, Luiz Carlos Chemale, o deputado federal Luiz Carlos Heinze, o deputado estadual Jerônimo Göergen, os prefeitos de Dom Pedrito, Quintilhano Vieira, de Camaquã, João Carlos Machado, de Agudo, Lauro Retz, de Tapes, Sílvio Tejada, e de Arroio Grande, João Carlos Furtado, o prefeito eleito de Arambaré, Alaor Pastoriza, e o vice eleito de Agudo, Ilberto Buck, e o vereador de Itaqui Daltro Bernardes.

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