Rigotto pede prorrogação por um ano no pagamento do financiamento agrícola
Governador alerta que esta é a pior seca em décadas no Rio Grande do Sul e os prejuízos são imensos.
O governador Germano Rigotto classificou as medidas anunciadas pelo ministro da Agricultura como “apenas o primeiro passo na busca de soluções às dificuldades que os produtores enfrentam”. Ele defendeu a prorrogação por um ano dos pagamentos dos financiamentos de custeio e investimento de pequenos, médios e grandes agricultores, para substituir o modelo anunciado pelo Mapa, em que o prazo do adiamento no pagamento das parcelas se dará conforme a capacidade do produtor.
– Precisamos de um conjunto de medidas imediatas para não aumentar o desânimo no campo. A área econômica do governo tem de compreender que o real está valorizado artificialmente”.
O governador lamentou a ausência de representante da área econômica do governo federal, uma vez que a equipe é responsável pela sustentação financeira ao Mapa. Lembrou que os produtores, neste momento de desajuste cambial – em que os insumos foram comprados com o dólar a R$ 3,20 e agora, na comercialização, o câmbio está a R$ 2,60 -, necessitam da fixação de preço mínimo para os produtos e seguro agrícola.
CÂMBIO E MERCOSUL
“Se o produtor tem um custo de produção maior que o de comercialização, deixa de comprar insumos, maquinário e implementos agrícolas. Isso interfere diretamente na mecanização do campo e na arrecadação do Estado, porque há menos equipamentos sendo vendidos”, explicou. Para ele, a manutenção do câmbio no atual patamar provocará queda das exportações, aumento das importações, redução no superávit da balança comercial e agravamento de prejuízos.
Além de enfrentar a crise cambial e a seca, no caso gaúcho, os agricultores sofrem com a entrada de produtos do Mercosul, “sem barreiras, sem fixação de cotas, o que os deixa sem qualquer tipo de proteção”. No Rio Grande do Sul, a quebra das safras de soja e milho podem chegar a 70% cada uma, se não chover nos próximos dias, além de pesados prejuízos ao feijão e à fruticultura. “O Rio Grande enfrenta a pior seca dos últimos 43 anos”.