Rivalta irriga arroz por aspersão
Propriedade em Uruguaiana aposta no sistema em função da necessidade de otimizar recursos escassos.
A irregularidade no quadro de chuvas em Uruguaiana (RS), aliada à necessidade de otimizar recursos escassos na propriedade, levou os proprietários da Estância Rivalta a investir no sistema de irrigação por aspersão. Passados quatros anos da implantação do primeiro pivô central, utilizado para irrigar uma área de sorgo e milho de 92 hectares, a agricultura, na Rivalta, gerou 20% mais de rentabilidade na pecuária em 2003.
O produtor Edson Felin, um dos administradores da estância, explica que a idéia era verticalizar a produção por meio de ‘um consórcio muito íntimo com a agricultura e a pecuária’ e obter desfrute de mil novilhos por ano. Na primeira safra com aspersão, 2001/02, foram obtidas 18 toneladas de milho para silagem por ha. No período anterior, foram 26 t/ha e a expectativa para a atual é chegar a 30 t/ha. ‘Não vendemos milho; sai via carne. É uma empresa.’
Com a renda do plantio do arroz, que será plantado este ano em 62 ha dos 92 ha da área de abrangência de um dos dois pivôs da Rivalta, será comprado grão para alimentação que balanceará a silagem do milho. O outro pivô, que está sendo montado, atuará no cultivo de 130 ha de arroz nesta safra.
O agrônomo da estância, Rodrigo Monteiro, destaca que os custos de infra-estrutura por aspersão e por inundação se equilibram. Enumera, porém, as vantagens da irrigação por pivô. Além da adoção de rotação de culturas e preservação do solo, ele cita a economia do uso de água. ‘Um hectare de arroz irrigado por pivô central consome 5 mil metros cúbicos de água. Já um hectare com inundação, consome 11 mil metros cúbicos’, compara.
Ele aconselha, todavia, estudo e gestão desse sistema. ‘Os proprietários estão replanejando a propriedade depois dos pivôs. Antes eram 400 hectares por ano com arroz inundado. Agora, na média, serão 100 hectares de arroz em pivô por ano, com opção para culturas como a soja.’
A Rivalta produz 300 ha de arroz por inundação por meio do cultivo mínimo. A produtividade esperada é a mesma da safra passada: 8,1 t/ha. Na área com a nova tecnologia são esperados, para este primeiro momento, 7,5 t/ha. ‘Mas a tendência é de se chegar aos 8,1 t/ha.’ Conforme Monteiro, Uruguaiana foi o primeiro município do estado a implantar, em escala comercial, a irrigação por aspersão no arroz.