Rodrigues: há claro desânimo em relação à safra 2005/06

Segundo Rodrigues, “há um claro desânimo dos produtores em relação à próxima safra”, por causa da crise da renda na agricultura em 2005, “que talvez seja a maior dos últimos 30 anos”
.

O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse que hoje há um conjunto de fatores que sinalizam que a safra agrícola de 2006 deverá ser menor do que a safra 2005, com menos uso de tecnologia e redução de cerca de 5% na área plantada. Segundo Rodrigues, “há um claro desânimo dos produtores em relação à próxima safra”, por causa da crise da renda na agricultura em 2005, “que talvez seja a maior dos últimos 30 anos”.

Rodrigues lembrou que os produtores foram prejudicados por preços em queda, aumento de custos, quebra da produção e endividamento elevado, o que levou à queda da renda, e com atraso muito grande nas definições governamentais sobre a prorrogação da dívida dos agricultores e o volume dos recursos de custeio para a próxima safra.

– Eu tenho preocupação com a crise agrícola, que é anterior à crise política – disse Rodrigues, que explicou que os produtos mais afetados foram algodão, arroz e trigo, com reflexo na soja e milho.

O ministro da Agricultura também disse não estar muito otimista em relação à Rodada de Doha, a poucos meses do encontro de Hong Kong. Ele disse que está havendo poucos avanços nas negociações e, caso os parceiros da rodada tenham pouco a oferecer, é melhor que o Brasil não negocie, pois o importante é a abertura de novos mercados.

O ministro ressaltou que o Brasil só pretende avançar nas negociações na Rodada de Doha caso obtenha “vantagens efetivas” na área agrícola. Como vantagem ele citou um horizonte de mercados que se abra com vigor para a agricultura brasileira nos países desenvolvidos. Rodrigues disse que “se a negociação for pífia não interessa ao Brasil”.

– Ou fazemos uma negociação que nos dê vantagens efetivas na área agrícola, ou não fazemos nenhuma negociação.

Rodrigues comentou que até o momento apenas o grupo G-20 do qual faz parte o Brasil apresentou propostas concretas no âmbito da rodada, mas ainda não houve nenhuma reação dos países desenvolvidos.

Rodrigues explicou que, caso as negociações avancem de maneira positiva para o Brasil na área agrícola, o País poderá abrir contrapartidas na área de serviços, como por exemplo com a abertura do mercado de resseguros.

– Na linha industrial temos de avaliar as possibilidades de concessões.

Ele concedeu entrevista antes de fazer palestra em seminário sobre biodiesel no Rio.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter