RS estuda incluir farinha de arroz na alimentação escolar

Promovido pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), o encontro serviu para esclarecer às nutricionistas e representantes deste segmento a importância nutricional e funcional do cereal nas refeições de crianças e adolescentes da rede pública escolar.

As ações do Governo do Estado para aumentar o consumo de arroz e melhorar a renda dos produtores gaúchos foram apresentadas nesta quarta-feira (19), durante o Seminário de Alimentação Escolar, em Porto Alegre. Promovido pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), o encontro serviu para esclarecer às nutricionistas e representantes deste segmento a importância nutricional e funcional do cereal nas refeições de crianças e adolescentes da rede pública escolar.

Com participação de 60 especialistas, o evento foi mais um passo para colocar em prática os usos alternativos do arroz. A idéia do projeto é simples: inserir a farinha de arroz em massas e biscoitos, em substituição à de trigo na alimentação escolar.

Os alimentos produzidos com o arroz proporcionam dieta diária com mais nutrientes, especialmente importante nas fases de desenvolvimento e crescimento dos alunos. Entre os benefícios para a saúde, o arroz não contém glúten e é importante fonte de minerais e vitaminas. Além disso, auxilia na prevenção de doenças do sistema digestivo, do coração e no tratamento de diabetes.

Alguns municípios já demonstraram interesse, como Canoas, Sentinela do Sul, Cachoeirinha, Viamão, Nova Santa Rita, Tavares, Cachoeira do Sul e Guaíba. A maioria das localidades são produtoras do cereal e, no caso de Cachoeira, grande parte do Produto Interno Bruto (PIB) vem do grão. Em Florianópolis, primeira experiência do gênero no Brasil, todas as escolas municipais utilizam macarrões e biscoitos à base de farinha de arroz. São 25 mil alunos consumidores.

O secretário municipal de educação da capital catarinense, Rodolfo Joaquim da Luz, ressaltou que os produtos com arroz são bem aceitos entre os alunos do município.

– Os custos são compatíveis e trabalhamos, também, de acordo com as necessidades dos celíacos (pessoas que têm rejeição ao glúten do trigo), que necessitam de alimentação especial – frisou o secretário.

O objetivo do Irga não é causar nenhum contratempo aos produtores de trigo do País. Muito pelo contrário. A produção de arroz é maior, sendo que mais da metade do trigo consumido internamente é importado, estando suscetível às variações cambiais e de preços. A meta do Instituto é fazer com que não haja excedentes de arroz no mercado e, conseqüentemente, a renda do produtor não despenque como vem acontecendo nos últimos anos, em decorrência da falta de uma política agrícola do governo federal.

No Rio Grande do Sul, o consumo per capta do grão é o menor do Brasil. Enquanto em Goiás cada cidadão ingere cerca de 47kg ao ano, no Estado o valor não chega a 20kg. Com a responsabilidade de maior produtor do cereal no Brasil, o RS procura desmistificar os mitos à cerca do produto e sugerir novos usos para o arroz. A partir disso, o Irga criou o Centro de Excelência do Arroz para promover a sustentabilidade da cultura orizícola, bem como melhorar a qualidade alimentar da população brasileira.

O número de empresas que produzem a farinha tem aumentado nos últimos anos. Hoje já é possível encontrar o derivado na maioria dos supermercados de Porto Alegre e, em larga escala, direto com as indústrias. Os preços da farinha de arroz e de trigo são praticamente equivalentes. O evento proporcionou o primeiro contato dos participantes com o projeto e contou com a abertura do presidente do Irga.

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