RS já tem 96,6% de lavouras semeadas de arroz
Apesar da estiagem que atinge que preocupa os arrozeiros, é cedo para falar em prejuízos.
Na última semana de novembro, a semeadura de arroz no Rio Grande do Sul totaliza 96,6%, perfazendo 1,06 milhões de hectares em cultivo. Segundo o arrolamento do Instituto Riograndense do Arroz (Irga), este resultado significa um aumento de 2,48% na safra atual, em comparação com a do ano passado. Apesar da estiagem que atinge que preocupa os arrozeiros, é cedo para falar em prejuízos.
No que tange ao desenvolvimento das lavouras, até agora, os grãos em estádio de emergência já totalizam 328,1 mil hectares, compreendendo 31,2% de área plantada em todo o Estado.
As plantas mais desenvolvidas (vegetativo) já alcançam 729,4 mil ha (68,9%), contra 575,4 mil obtidos na semana passada.
Em função da falta de chuvas, alguns produtores da zona da Depressão Central estão banhando as lavouras para garantir a emergência dos grãos semeados há pouco mais de 15 dias.
Segundo informações Núcleo de Assistência Técnica e Extensão Rural (Nate), de Cachoeira, a irrigação é necessária em alguns pontos, em conseqüência da semeadura tardia, porém, ainda dentro do prazo recomendado pelo Irga. A região soma 92,2% de extensão cultivada, totalizando 168,9 mil hectares. Com relação à safra passada, houve um acréscimo de 2,6%.
Durante a última semana, Rio Pardo despontou na região central do Estado com 162 hectares de arroz (0,11%) em estádio reprodutivo. O município soma 91% de extensão cultivada (16,2 mil ha), crescendo 1,42% em relação à safra anterior (17,5 mil ha).
Na Fonteira Oeste, houve necessidade de replantar e banhar – em torno de 2,5% das lavouras, entre Uruguaiana e Barra do Quarai. A expectativa, como explicou a agrônoma do Nate, Síntia Trojan, é fazer emergir a lavoura.
– De 100 mil hectares cultivados, este percentual de replantio, no prazo aconselhado, não é considerado uma perda – destaca.
A zona da fronteira já totaliza 100,9 mil hectares (97,2%) de área cultivada. A checagem das plantas, em comparação com a última semana, mostra um aumento do de área de cultivo do cereal em estádio vegetativo, completando 71,28% (213,8 mil ha).
Em Bagé, que alcançou 100% do plantio na semana passada, a falta de chuvas não preocupa os arrozeiros. De acordo com o Nate de Bagé, nesta quinta-feira (27) houve 29 mm de precipitação na região. Antes da chuva, foram irrigadas pequenas áreas de semeadura tardia, dentro da normalidade.
Dos 137 mil hectares cultivados (96,7%) na Planície Costeira Interna à Lagoa dos Patos, o arroz em estádio de emergência já alcança 13%, cerca de 17,7 mil ha plantados. Na última semana, os grãos evoluíram, totalizando 119,2 mil ha (87%) em estádio vegetativo.
Já na Planície Costeira Externa, dos 122 mil hectares semeados (95% do total previsto), 36,3 mil (39,7%) estão em emergência. Com relação à semana anterior, a evolução da germinação das sementes para o vegetativo já obtém 70,2% de cultivo, com 85,7 mil ha.
Para a safra 2008/2009, a Zona Sul, a primeira do Estado a finalizar a semeadura (176,8 mil hectares de plantio), também cresceu na evolução dos grãos. As sementes emergência já importam 52,4% (92,6 mil ha) e 47,6% (84,2 mil hectares) no estádio vegetativo.
Para o presidente do Irga, Maurício Miguel Fischer, a germinação das sementes passa por um momento arriscado, gerando despesas com energia, água e controle de invasoras para o produtor, que precisa banhar as lavouras.
– Com a falta de chuva, a emergência das sementes não se dá de forma parelha, gerando atraso nesta última etapa do plantio – sinalizou. Conforme o último levantamento da instituição, apenas 11 municípios gaúchos já concluíram o plantio de arroz.
Mesmo com falta de chuvas abundantes no período, o RS aumentou em 19,8 mil hectares a extensão das áreas cultivadas de arroz. Porém, se não chover nos próximos dias, a situação tende a se agravar, completou Fischer.
A boa notícia é que volta a chover no Rio Grande do Sul, a partir deste sábado (29). Para os orizicultores gaúchos, a precipitação é bem-vinda, e também sinônimo de tranqüilidade na conclusão da semeadura e emergência das lavouras.