Rumo a um arroz mais produtivo e sustentável para a América Latina e o Caribe

(Por America Retail) Karla Cordero, pesquisadora encarregada do Programa de Melhoramento Genético do Arroz do Instituto de Pesquisas Agropecuárias (INIA) do Chile, também conhecida como “A Rainha do Arroz” (la Reina del Arroz), liderou a implementação e adoção do Programa Intensivo de Arroz Sistema Cultivo de Arroz SRI (Sistema de Intensificação do Arroz) no país, que se apresenta como uma solução concreta aos produtores da região e que basicamente permite o plantio seco e intensificado.

Cordero diz que atualmente mais de 10 milhões de produtores se beneficiam dessa metodologia em 54 países. Originário da África, o SRI foi utilizado na América com experiências bem-sucedidas em nações de clima quente e o desafio foi adaptá-lo a um clima temperado como o Chile.

O projeto Arroz mais produtivo e sustentável da LAC, busca aumentar a produção sustentável e sustentável de arroz, fazendo uso eficiente dos recursos e de forma amigável com o meio ambiente, ajudando na segurança alimentar dos países da ALC.

No âmbito da Oficina anual de Acompanhamento de Projetos, a secretária executiva da Fontragro, Eugenia Saini, destacou o andamento e os resultados de iniciativas como esta: “que já estamos falando de questões de escala nos parece excelente, este ano tivemos 8 projetos que concorreu ao “Prêmio de Excelência”.

Os resultados obtidos neste projeto têm estado de acordo com o orçamentado. Na primeira temporada experimental na Argentina, foi possível testar a metodologia em dois ambientes de arroz e os resultados foram plantas mais resistentes às condições climáticas extremas causadas pelo CC. Tanto no Chile quanto no Panamá, os resultados têm sido bons e tem sido possível produzir mais com menos. No caso do Panamá, tem sido possível produzir mais arroz de forma mais sustentável, ou seja, obter maiores rendimentos com menos recursos. No caso do Chile, tem sido possível produzir em maior escala, com boa produtividade, sem enchentes, sem emissões de GEE e com menor uso de insumos.

Várias atividades de divulgação foram realizadas, focadas em países onde a metodologia já está em fase de validação e dimensionamento. No caso do Panamá, foram realizados treinamentos para produtores em mais de 10 províncias do Panamá. Toda a área produtora de arroz do país foi coberta.

Na safra 2021-2022 foram realizados 10 dias de campo com os produtores de cada parcela de validação e escamação, e na safra 2022-2023 foram realizados 6 dias de campo nas parcelas de escamação. Nessas atividades, mais de 300 produtores do Panamá foram capacitados diretamente nas lavouras.

No Chile, durante a temporada 2021-2022, foram formados 6 Grupos Participativos de Inovação (GIPs), integrados por agricultores líderes de diferentes regiões orizícolas do país, extensionistas, pesquisadores e técnicos das indústrias.

Nesses grupos, os dias de treinamento de campo foram realizados 6 vezes por temporada, ou seja, 36 dias nos quais participaram 720 pessoas.

Além disso, foram realizados grandes dias de campo nas estações experimentais do INIA, onde mais de 200 produtores foram treinados no SICA. Para a safra 2022-2023, as atividades foram realizadas nas mesmas 6 turmas, concentrando um número semelhante de agricultores capacitados, mais de 700 pessoas.

Foram realizadas duas atividades massivas, uma em Maule e outra em Ñuble, onde foram capacitados mais de 300 produtores. Também foram realizadas atividades de extensão com alunos de diferentes universidades, para apresentá-los a esse novo método produtivo, com mais de 120 alunos frequentando os campos. As palestras aconteceram em diferentes plataformas e públicos, alcançando mais de 500 pessoas.

Eugenia Saini, secretária executiva da Fontragro, acrescentou que “é uma grande oportunidade para toda a América Latina estar presente e dar visibilidade a esses tipos de projetos baseados em ciência, tecnologia e inovação”.