Safra brasileira deve cair 5,8% em 2015/16, projeta SAFRAS

 Safra brasileira deve cair 5,8% em 2015/16, projeta SAFRAS

Colheira será menor esta temporada

Produção total deve ficar em 11,67 milhões de toneladas, segundo analistas .

A safra brasileira de arroz em 2015/16 deverá recuar 5,8%, totalizando 11,67 milhões de toneladas. A previsão faz parte do novo levantamento divulgado hoje por SAFRAS & Mercado. A estimativa anterior, divulgada em setembro, apontava produção de 12,245 milhões de toneladas. Os produtores devem plantar 2,233 milhões de hectares na safra 2015/16.

Esse número corresponde a um recuo de 3,7% em relação à primeira estimativa realizada por SAFRAS & Mercado e de 3,5% em relação aos 2,318 milhões de hectares plantados no ciclo produtivo anterior. O recuo se deve, principalmente, às condições climáticas desfavoráveis nas principais regiões produtoras (RS e SC), que atrasaram o plantio e obrigaram o replantio em muitas áreas. "No período em que foi realizada a primeira estimativa, a expectativa dos produtores era de que os preços apresentassem uma elevação mais expressiva que a verificada atualmente. Além disso, com a taxa cambial encarecendo os insumos, existe a perspectiva de um menor investimento e, consequentemente, uma redução da produtividade das lavouras", avalia o analista de SAFRAS, Elcio Bento.

No Rio Grande do Sul a estimativa aponta para uma manutenção da área plantada em 1,040 milhão de hectares. O clima adverso, o alto custo de produção e a incerteza em relação à atuação do governo, minimizaram os efeitos que a elevação das cotações poderia ter sobre a decisão do produtor em plantar uma área maior. Os mesmo fatores que justificam a queda no Rio Grande do Sul podem ser considerados para Santa Catarina, onde se espera uma queda de 0,7% na área, para 147 mil hectares. O potencial produtivo fica em 1,030 milhão de toneladas, com queda de 2%.

7 Comentários

  • Como várias vezes já comentei aqui neste espaço, a respeito de prognósticos , estimativas de produtividade e volume colhido, não posso deixar de manifestar o meu pensar acerca deste assunto quando leio matérias como esta.
    Sendo a agricultura rusticamente comparada a uma fábrica de produtos a céu aberto em que inúmeros fatores interferem diretamente na produtividade em que cada lavoura de um produtor individualmente, possui características diferentes de seu vizinho ao lado, sem falar em manejo em que cada produtor possui seu estilo, habitando um universo de diferentes regiões deste estado com solo e micro-clima diferenciado, projeções, prognósticos, estimativas e etc, quando o plantio ainda não se encontra nem terminado, não soa como um escárnio a quem tem pelo menos dois neurônios ?

  • Concordo com quase todas suas observações sr. Carlos.
    Como tu mesmo disseste, estamos falando de “prognósticos, estimativas”. E sendo assim, falamos de potencial de produção, em cima da área estimada segunda a opinião dos agentes consultados. Intempéries climáticas não podem ser controladas pelo agricultor (estamos a céu aberto). Um exemplo foi a atual safra de trigo, cuja área estimada sugeria um potencial de produção de 7,2 milhões de toneladas. Vamos colher 5,2 milhões.
    A mesma estimativa está se fazendo para o arroz, que sugere que com a área que os produtores estão plantando, o potencial de produção é de 11,67 milhões no Brasil. Podemos inferir os efeitos que o atraso do plantio, a menor luminosidade, o aumento do custo de produção (entre outros fatores) podem ter sobre a produtividade. Certeza? Nunca. Historicamente o impacto do clima sobre a produtividade de arroz é muito menor que no trigo. Então, a margem de erro, com certeza será bem menor que a do trigo.
    Estimativas, são estimativas. Por isso, vão sendo ajustada. Os melhores economistas do Brasil, com mais de dois neurônios, atualizam semanalmente as estimativas sobre algumas variáveis econômicas. A última fala em dólar a R$ 3,95 no final deste ano e R$ 4,20 no próximo. No dólar, o clima não interfere, mas, outros fatores tão incertos quanto.
    Fazemos essas estimativas há mais de trinta anos e não temos interesses econômicos em uma área menor ou maior (não somos agentes de mercado). Posso dizer que acertamos muito mais que erramos e trabalhamos com seriedade. Isso para todas as culturas. É preciso entender o que é estimativa: “algo que se projeta em vista à certas circunstancias”. É isso que estamos fazendo. Olhar para trás sobre variáveis consolidadas é fácil, mas, não adianta. Ter um indicador para projetar a comercialização da próxima safra, acho que é de fundamental importância. Saber como ler esse indicador faz dele um escárnio ou uma ferramenta a mais.
    Criticas e opiniões são sempre bem vindas, quando construtivas, ainda melhor.

  • Caro Elcio Bento, interessante posicionamento, depois de vários questionamentos de minha parte acerca deste assunto, finalmente consigo uma réplica para meus comentários.
    Aproveitando a oportunidade e tua boa vontade em esclarecer e sanar dúvidas sobre prognósticos e estimativas te pergunto:
    1- Universo consultado, todas as regiões arrozeiras ? (RGS)
    2- Número de produtores consultados, expressivo estatisticamente ?
    3- Forma da consulta, visita ou por telefone ? outra forma, qual ?
    4- Frequência do acompanhamento
    5- Fórmulas usadas, exatamente dentro do padrão estatístico exigido para o estabelecimento dos parâmetros mais próximos da realidade pesquisada ?
    6- Variáveis bem estabelecidas, objetivas e práticas ?
    É preciso que entendas, que o mercado é movido a notícias (fundamentadas), boatos, inverdades e etc. Portanto quando os prognósticos, pesquisas, estimativas são lançados a mídia podem influir positivamente ou vice versa, principalmente no preço do produto, é nisso que me refiro. Como tu mesmo disseste estimativas são estimativas, não retratam a realidade futura, pois se tratando de produtividade de arroz ou qualquer cultura, só depois da colheita para termos o número final, não é mesmo ? Preço justo é o que queremos, sem influência de nenhum agente, que possa joga-lo para cima ou para baixo.
    Agradeço a atenção dispensada.

  • Não adianta questionar sobre pesquisas, prognósticos e estimativas, quando inquiridos os responsáveis, calam-se, não apresentam nada, para o bem do mercado é melhor que realmente fiquem calados, enquanto não apresentarem dados bem embasados, fundamentados em formulas estatísticas confiáveis.

  • Boa tarde.
    Desculpe não responder aos seus questionamentos com a rapidez que tu gostarias. A empresa que represento não é uma empresa pública. Se nossas informações são repercutidas pela mídia nacional e internacional, é por que tem credibilidade. É muito cômoda a posição de questionar, criticar e polemizar. Respondendo aos questionamentos que tivesses o trabalho de enumerar.
    1 – Sim, todas as regiões.
    2- Expressivo estatisticamente.
    3 – Consulta é por telefone, visitas a lugares específicos, nos principais locais de produção. Temos parceiros no Brasil inteiro, integrantes de todos os elos da cadeia (de insumos até o varejo).
    4 – O mercado muda diariamente. Nossos informativos diários e semanais demandam contato diário. Essa é a periodicidade.
    5 – Respondo com outra pergunta. “Qual o padrão estatístico exigido para o estabelecimento dos parâmetros mais próximos da realidade pesquisada?” Responda de forma objetiva. Cada órgão tem o seu. Não tenho permissão para divulgar o nosso para que um concorrente possa utiliza-lo. Clientes pagam pelas informações, não são públicas.
    6 – Variáveis bem estabelecidas? A pesquisa é direta, objetiva.
    Tu disseste que é preciso que “eu entenda” como o mercado funciona… Esse é meu trabalho há quase 20 anos. Um amigo meu disse uma vez que “é fascinante estudar o mercado e, é frustrante tentar entende-lo”. Nós analistas de mercado lutamos diariamente para reduzir essa frustração. Creio que é muito inocente pensar que esse mercado é movido boatos e inverdades. Mercado responde aos fundamentos de oferta e demanda interna, que são influenciados por variáveis como câmbio e preços internacionais. Um boato ou uma inverdade pode gerar alguma distorção momentânea, mas, os fundamentos reais do mercado é que determinam o comportamento dos preços. Se alguma instituição tivesse o poder de manipular o mercado, ela estaria muito rica.
    Mais uma vez ressalto que somos uma empresa de consultoria que não ganha com alta ou baixa de preços. Temos isenção e disso nasce a credibilidade que nos mantém há 40 anos no mercado. Ninguém acerta 100%. Mas, nossa equipe trabalha com seriedade com profissionais capacitados.
    Preço justo e um produtor que consiga manter suas margens de rentabilidade é o que todos queremos. Serviços de informações são os primeiros cortados quando a renda no campo reduz. Manipular mercado não é nosso interesse e, estamos muito longe de ter esse poder. O produtor brasileiro sempre foi um “guerreiro”, que não pode ter a certeza de que contará com apoio governamental quando aparecem as distorções. O início da comercialização desse ano comercial deixa isso claro. Mas, os preços foram pra baixo, não porque alguém divulgou um número de safra maior do que era a realidade. Mas, porque o produtor não teve respaldo do governo para garantir fôlego financeiro e precisou vender no pós-safra.
    Se existe no mercado analistas malvados querendo prejudicar alguém, garanto-lhe que não é o caso da nossa empresa. A velocidade e o número de informação hoje são enormes. Cabe a cada um ter o discernimento para saber qual são confiáveis. Nossas informações completas e análises são exclusividade de nossos clientes. Não vamos á mídia para oferecer informações. O caminho é inverso. Lançamos uma projeção e vamos atualizando conforme o plantio e o desenvolvimento das lavouras vão ocorrendo. Essa é apenas uma das variáveis. Estamos ainda de olho na safra velha, importações, exportações, câmbio, mercado internacional…
    Gostaria de ter mais tempo para entrar em todas as discussões. Mas, infelizmente não consigo. O teu desejo de que fiquemos calados pode ser atendido. Nosso dever de se pronunciar é com nossos clientes. Caso queira contribuir com informações (fundamentadas) será de grande valia e tens o contato da empresa. Se o objetivo for debater infinitamente, peço desculpas se não responder com a velocidade que te agrada.
    Um grande abraço e uma ótima safra.

  • Tive que cutucar a onça com vara curta, mas funcionou.
    Veja bem, não sei a tua disponibilidade, mas podemos estender o assunto não de forma infinita, mas a minha intenção é que exponhas dados que possamos entender de forma sucinta e clara, para formarmos uma linha de raciocínio em que os levantamentos tenham a maior transparência e credibilidade que a tua empresa afirma possuir.
    Não é minha intenção que exponhas a metodologia de trabalho, para ser observada por concorrentes, mas precisamos mais de dados sobre os levantamentos, por que responder um questionamento com outro não anula o primeiro, não satisfaz o inquisidor, é um subterfúgio.
    A estatística como ramo da matemática, exige aplicação de fórmulas nem sempre aplicadas de forma correta, podem ser distorcidas ou aplicadas erroneamente de forma a contemplar um objetivo pré-estabelecido. (O motivo não importa). O que importa é o efeito a que ela se propõe.
    Quando a estimativa é lançada, se não for para efeito informativo e formador de um contexto em que a realidade de determinada situação em foco não condiz com o momento; qual a finalidade de tal trabalho se não for influenciar mentes sedentas por informação, para alavancar suas decisões ?
    Portanto caro amigo, na minha tosca maneira de ver, pesquisas, prognósticos, estimativas, influenciam sim os preços de mercado, por que se não forem o números reais, muita gente pode sair prejudicada, por acreditar ou usar os números para levar vantagem. OK ?

  • Continuo concordando com alguma coisa que tu falas. Desta vez concordo que sua visão é “tosca”. Com todo respeito, diria que também é míope. Olhar o mercado dessa forma é como se estivéssemos antes dos anos 1990. Quem oferta, sonha que tenha pouco produto para que os preços se elevem. Quem compra, quer produção maior. Mas, nossa economia é aberta. Oferta = estoques + produção + importação. Número de produção é apenas um componente para a formação de preços. Demanda é consumo interno + exportação. Hoje temos que pensar muito mais em paridade de importação é importação. O que eleva os preços (nominalmente) hoje não é somente o tamanho da safra nacional.
    Esse ano comercial (março/novembro) o Brasil importou 386 mil toneladas (casca). No mesmo período do ano passado foram 680 mil toneladas. As exportações no atual ano comercial já estão em 1,004 milhão de toneladas (base casca), contra 891 mil toneladas acumuladas no ano comercial passado. Ou seja, até agora compramos 294 a menos e vendemos 113 mil toneladas, o que enxuga a oferta interna em 407 mil toneladas. Se a safra é menor e vai atrasar, vamos ter que comprar no exterior. O preço que o produto concorrente chegará ao Brasil (paridade de importação) é que determinará preços internos nessa entressafra.
    Hoje busquei as informações disponibilizadas por órgãos públicos sobre estimativa de safra: Conab: 11,921 milhões de toneladas, IBGE: 12,2 milhões de toneladas, USDA: 11,765 milhões de toneladas. Nosso número é de 11,67 milhões de toneladas. Será que todos esses órgãos querem manipular o mercado? Reitero, nossa metodologia é aberta aos clientes. É simples e soma bate papo com agentes de toda a cadeia com a percepção de nossos analistas. É lógica e contempla variáveis como clima, investimento na lavoura e, claro, a decisão do cliente.
    Quando devolvo a pergunta é porque gostaria de saber sua opinião. Quem discorda de algo deve saber do que está falando. Ficar falando ao vento e dizendo que está errado é fácil. É tipo comportamento de torcedor no futebol. Digo que o Neymar não jogou nada, mas, imagina se me colocam pra jogar no lugar dele. Na próxima pesquisa, gostaria de sua opinião. Feliz Natal e um próspero ano novo.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter