Safra de arroz 2024/25 é a quarta maior da história do Brasil
(Por Planeta Arroz) A safra de arroz 2024/25 no Brasil se consolidou como a quarta maior da série histórica, com uma produção estimada em 12,76 milhões de toneladas, segundo levantamento divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O volume representa um crescimento de 20,6% em relação à temporada anterior, impulsionado principalmente pelo aumento da área plantada e pelas boas condições climáticas em grande parte do país.
A área cultivada totalizou 1,764 milhão de hectares, crescimento de 9,8% no comparativo anual. A produtividade média também apresentou avanço, atingindo 7.232 kg/ha, outro salto de 9,8%. O resultado positivo é atribuído à combinação de fatores como preços atrativos no momento do plantio, maior uso de tecnologia agrícola, adoção de sementes de alta qualidade e um ciclo produtivo beneficiado pelo clima, especialmente em regiões-chave.
Destaques Regionais
Rio Grande do Sul, responsável por mais de 67% da produção nacional de arroz irrigado, manteve a liderança com aumento de mais de 7% na área plantada. Mesmo com atrasos pontuais na semeadura causados por chuvas em maio de 2024, o estado alcançou uma produtividade média superior a 9 toneladas por hectare, graças ao bom regime de chuvas durante a implantação das lavouras e elevada incidência solar nos meses seguintes.
No estado, algumas regiões, como a Fronteira Oeste, Campanha, Sul e Planície Costeira Externa, conseguiram realizar o plantio dentro do calendário agrícola. Já áreas da Planície Costeira Interna e da região Central enfrentaram atrasos. A grande amplitude térmica no verão, com variações de até 25°C entre manhã e tarde, afetou algumas variedades, sobretudo híbridas. No entanto, o impacto foi limitado, e a colheita transcorreu sem grandes intercorrências.
Santa Catarina, segundo maior produtor do país, obteve ótimos resultados em razão da estabilidade climática durante o ciclo e investimentos em tecnologia e manejo agrícola. Mesmo mantendo praticamente a mesma área plantada da safra anterior, o estado teve aumento significativo na produção, reforçando sua posição estratégica na cadeia produtiva do arroz.
Tocantins encerrou a safra com bom desempenho, favorecido por chuvas regulares, sobretudo na implantação da segunda safra em áreas irrigadas por gravidade, após a colheita da soja. Contudo, houve queda de produtividade em regiões como Pium, onde o excesso de chuvas causou acamamento do arroz.
No Mato Grosso, houve aumento expressivo da área plantada, especialmente nas fronteiras agrícolas, e rendimentos superiores aos da safra anterior. Apesar de parte da segunda safra ter sofrido com o excesso de chuvas, o estado conseguiu manter a qualidade dos grãos dentro dos padrões comerciais, consolidando um bom desempenho.
Já no Maranhão, o aumento da área de cultivo e o uso de cultivares melhoradas em regiões naturalmente inundadas favoreceram a produtividade. Entretanto, a falta de chuvas e a ocorrência de pragas como percevejos e pulgões provocaram perdas, especialmente nas regiões leste e norte do estado.
Expansão nas Modalidades de Cultivo
A área de arroz irrigado no Brasil foi estimada em 1,369 milhão de hectares, um crescimento de 6,8% em relação ao ciclo anterior. Já o arroz de sequeiro teve um aumento ainda mais expressivo, de 21,5%, alcançando 394,7 mil hectares. O avanço se deu sobretudo em estados como Mato Grosso, onde a cultura tem se expandido para regiões mais afastadas.
Panorama Nacional
O cenário geral da safra foi marcado por condições climáticas favoráveis, sem grandes incidências de pragas ou doenças. A semeadura ocorreu majoritariamente dentro da janela ideal, e o uso de pacotes tecnológicos avançados permitiu altas produtividades, mesmo em áreas com menor tradição no cultivo do arroz.
O resultado final consolida a safra 2024/25 como um marco positivo para a produção do cereal no Brasil, evidenciando a capacidade de adaptação do setor agrícola diante dos desafios climáticos e econômicos, além do papel estratégico do arroz na segurança alimentar e no abastecimento nacional.


