Safra de arroz terá discreta evolução produtiva

O viés altista nas cotações deve permanecer nos próximos meses.

Após uma safra 2018/19 significativamente abaixo da média produtiva do setor orizícola brasileiro, em função de problemas climáticos no Rio Grande do Sul (RS), a safra 2019/20, estimada em 10,47 milhões de toneladas, apresenta apenas discreta recuperação produtiva e continua abaixo da média histórica. Esse cenário produtivo se deve à baixa rentabilidade identificada nos últimos períodos, o que reflete em retração de área de arroz irrigado no estado Gaúcho.

Para a safra 2019/20, diante da baixa produção nacional e do baixo estoque de passagem, a redução do consumo doméstico será o principal fator a conter uma expansão expressiva de preços. Apesar da manutenção de uma perspectiva de consumo, mais uma vez, abaixo de 11 milhões de toneladas para o próximo período, os preços no RS seguem com viés de alta, devido ao período de entressafra, ao baixo volume estocado e, recentemente, ao clima.

Fortes chuvas comprometeram o arroz já plantado e o plantio em várias regiões, algumas áreas vão ser replantadas e os agricultores correm contra o tempo para não perder a janela ideal de cultivo. Ainda não foi contabilizado todo o impacto já causado, mas chuvas acima da média estão previstas até meados de novembro.

Deste modo, o viés altista nas cotações deve permanecer nos próximos meses, com grandes possibilidades dos preços médios da próxima safra permanecerem acima dos da safra atual. Em relação à balança comercial, depois de um superávit de 865,1 mil toneladas na Safra 2017/18, o cenário caminha para um equilíbrio no atual período. Até outubro de 2019, as exportações somaram 843,6 mil toneladas, enquanto as importações 763,3 mil toneladas, saldo de 80,3 mil toneladas. Com o mercado brasileiro em entressafra, a importação tende a crescer mais fortemente até o final do ano. Diante da recente valorização do dólar, causada pela baixa procura no leilão do pré-sal, o produto brasileiro ganha competitividade, o que ajuda a evitar uma possível reversão para déficit na balança comercial do produto para 2019.

1 Comentário

  • Engraçado, a produção diminui e o consumo se ajusta, bem orquestrado, se pararmos de produzir , vão parar de consumir tbm, óbvio pq não terá pra consumir.sds.

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