Safra de verão no RS deve crescer quase 50%, estima Emater

 Safra de verão no RS deve crescer quase 50%, estima Emater

(Por Emater/RS) A previsão de chuvas mais intensas no segundo semestre deste ano, devido ao fenômeno El Niño, deve contribuir para elevar a produtividade da safra de verão no RS. Segundo previsão divulgada pela Emater-RS nesta terça-feira (29/08) durante a feira Expointer 2023, em Esteio (RS), a área plantada no Rio Grande do Sul para a safra 2023/24 é estimada em 8,494 milhões de hectares, o que representa um crescimento de 1,72% em relação ao ciclo 2022/23.

Caso essa área seja confirmada, a produção de grãos de verão no RS pode alcançar quase 36,1 milhões de toneladas, o que representaria um aumento de 49,13% em relação às 24,2 milhões de toneladas registradas em 2022/23.

Para a previsão de produção, a Emater aplica uma média da produtividade dos últimos 10 anos sobre os dados estimados das áreas plantadas de soja, milho, arroz e feijão.

Na soja, por exemplo, a Emater-RS estima uma área plantada de 6,745 milhões de hectares na safra 2023/24, um crescimento de 1,30% em relação aos 6,658 milhões de hectares do último ciclo. Dessa forma, aplicando a produtividade média dos últimos 10 anos (3.327 quilos por hectare), a Emater-RS prevê uma produção de 22,4 milhões de toneladas da oleaginosa, o que representa aumento de 73,03% em relação ao obtido na safra 2022/23 (12,9 milhões de toneladas).

ARROZ

No caso do arroz irrigado, cultura com a segunda maior área de produção no Estado, serão 902.425 hectares cultivados, segundo o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), 7,44% acima da safra anterior, que foi de 839,9 milhões de hectares. Com uma produtividade estimada de 8.359 kg/ha, o RS deve produzir na próxima safra 7,5 milhões de toneladas de arroz.

Segundo o diretor-técnico da Emater-RS, Claudinei Baldissera, o aumento da área de arroz está ligado à previsão de chuvas mais intensas na primavera e verão, devido ao El Niño. “Quando chove mais, as áreas baixas ficam mais alagadas, e a tendência dos produtores nessas áreas é reduzir o plantio da soja e aumentar a semeadura de arroz”, explica.

Severamente atingido pela estiagem na safra passada, o milho deve atingir uma produção de 6,061 milhões de toneladas, ou seja, 53,24% acima da produção obtida na safra passada, que foi de 3,955 milhões de toneladas. Isso deve ser obtido com os bons rendimentos projetados, de 53,15% acima da safra anterior, que foi de 4.841 kg/ha, chegando a 7.414 kg/ha nesta safra. Em relação à área, a Emater-RS prevê uma ligeira queda de 0,7%, alcançando 817,5 mil hectares.

Já o o feijão 1ª safra, cultura de menor dimensão no RS, a Emater-RS projeta uma produção de 51.555 toneladas no RS, 26,59% a mais do que a safra anterior, que foi de 40.725 toneladas. A estimativa é baseada a partir de um rendimento estimado em 1.775 kg/ha, resultado 23,40% a mais do que a safra anterior. A área a ser cultivada com feijão deve aumentar 2,44%, passando de 28,3 mil para 29 mil hectares.

Prognóstico climático
De acordo com o meteorologista da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Flavio Varone, o RS não deve enfrentar estiagem neste ano, como ocorreu em 2022 e 2021, uma vez que o fenômeno climático El Niño, extremamente forte, vai se estender para o início de 2024, garantindo chuvas intensas na primaverão e verão.

Varone apresentou o Prognóstico Climático Trimestral para setembro, outubro e novembro, que indica, para o RS, chuva acima da média na maioria dos municípios, com precipitação dentro da normalidade, com períodos de umidade acima da média na maioria das regiões, nos meses de outubro e novembro.

“O RS sempre tem estiagem em períodos curtos e em áreas isoladas, o que pode ocasionar algum prejuízo, conforme a fase da cultura”, ressalta Varone, ao observar que, pela alta umidade projetada para os próximos meses, as temperaturas médias para os dias, por estarem encobertos, serão amenas e as noites mais quentes.

1 Comentário

  • Bom qdo se fala de El nino “extremamente forte” não planta soja, mas nem arroz em terras baixas pq as perdas seriam acentuadas para ambos. Qdo não perde na flor, pode acamar o arroz com as enchentes recorrentes.

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