Safra maior não atende demanda doméstica
De acordo com ele, mesmo que o País reduza os embarques a 500 mil toneladas, haverá necessidade de comprar 1,15 milhão de toneladas no mercado externo.
Ao contrário do último ano, quando o Brasil teve um superávit de 200 mil toneladas na balança comercial do arroz, neste ano comercial do cereal que começou em março, será preciso comprar pelo menos um volume semelhante ao da retração da oferta interna para atender à demanda doméstica e sustentar o ritmo das exportações.
Élcio Bento, analista da Safras&Mercado, calcula que este ano o estoque de passagem do grão ficou 53% que o do ano passado.
– Mesmo com a produção subindo de 12,14 milhões de toneladas para 12,42 milhões, a oferta vai recuar 780 mil toneladas – estima.
De acordo com ele, mesmo que o País reduza os embarques a 500 mil toneladas, haverá necessidade de comprar 1,15 milhão de toneladas no mercado externo.
– Ainda assim, a relação estoque/consumo ficaria muito justa – ressalta Bento.
O arroz mantém trajetória de baixa nas cotações iniciada há seis meses. Desde o pico de R$ 35,93 por saca de 50 quilos, o cereal já recuou 23%. Comparada ao mesmo período do mês anterior, a retração é de 4,6%.
– Contudo, os níveis de estoques esperados para o final da temporada não deixam espaço para quedas mais acentuadas – aposta.
De acordo com levantamento do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), a colheita está completa em mais de 80% semeada no Rio Grande do Sul.
– Estamos tendo uma boa colheita, com produção acima da do ano passado – destaca o presidente do Irga, Maurício Fischer.
A preocupação fica por conta da variação de temperatura que pode ocasionar trincas no grão dentro da casca.