Secretário da Agricultura gaúcho destaca proteção à água

Secretário João Carlos Machado participou de seminário que debateu as perspectivas de proteção à água .

O secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, João Carlos Machado, disse, nesta quinta-feira (22), no Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), que atualmente os arrozeiros gaúchos produzem o dobro com uma quantidade 100% menor da água que era utilizada na década de 80. A informação foi dada na abertura do Seminário “Os 10 anos da Lei da Política Nacional dos Recursos Hídricos: Efetividade e Perspectivas da Proteção à Água”, organizado pela Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Institucionais do MP-RS.

Machado disse que graças a um o conjunto de práticas de manejo da água, do solo e das plantas recomendadas pelo Irga (Instituto Rio Grandense do Arroz), os arrozeiros conseguem produzir hoje de 8 a 10 mil quilos por hectare com 8 mil metros cúbicos de água. Na década 80, se produzia, em média, 4 mil quilos por hectare, com 15 mil metros cúbicos.

– Estas práticas são simples e não consistem em nada que o produtor de arroz não possa fazer – afirmou.

O secretário introduziu a palestra da pesquisadora do Irga Vera Macedo, que falou sobre as principais ações da autarquia voltadas para o estabelecimento de tecnologias mais limpas no processo de produção de arroz no Estado.

Vera Macedo destacou que a produtividade da lavoura de arroz e a preservação ambiental vêm sendo trabalhadas como prioritárias pelo Irga.

– A Instituição orienta permanentemente os produtores sobre a produção mais limpa, com o uso de tecnologias que preservem o meio ambiente e contribuem para o aumento dos rendimentos – frisou.

Conforme a pesquisadora, entre as ações efetivadas pelo Irga estão o desenvolvimento de cultivares produtivas e com tolerância a doenças, o uso racional da água, redução do consumo de energia e da contaminação dos mananciais hídricos. Ela explica que com o uso da tecnologia é viável aumentar a produtividade e tornar a lavoura eficiente no uso dos recursos naturais.

A pesquisadora enfatizou que cerca de 50% do volume de água utilizada pelas lavouras de arroz no Estado são provenientes da chuva. Dependendo do ano, a contribuição das precipitações chega a 70%, como ocorreu nesta safra, durante a medição do volume de água usada numa área de lavoura no município de Camaquã. A equipe de pesquisadores do instituto desenvolve trabalhos que mostram que, se o manejo é adequado, a água sai da lavoura e retorna aos mananciais com menor concentração de íons funcionando como uma espécie de filtro.

Aquecimento global

Outro aspecto ambiental da lavoura de arroz está relacionado ao aquecimento global. O Irga conduz, desde a safra 2002/03, em parceria com a Faculdade de Agronomia da UFRGS e Embrapa Meio Ambiente, um estudo, na Estação Experimental, em Cachoeirinha, para quantificar as emissões do gás metano. Este elemento absorve radiação e é um dos componentes do efeito estufa.

As áreas de várzeas podem gerar o metano, de acordo com Vera Macedo.

– Realizar o manejo da cultura com menor produção deste gás é uma das metas do Irga – revelou.

Os resultados desse trabalho mostram que o sistema de cultivo mínimo (onde há menor mobilização do solo e a cobertura vegetal é dessecada antes da semeadura) emite uma quantidade menor de metano que o sistema de cultivo convencional.

– O Irga continua buscando tecnologias para a produção mais limpa, com manejo racional da lavoura de arroz, tornando a atividade viável economicamente – finalizou

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