Segurança sem alteração

Safra 2022/23 ficou na casa dos 10 milhões de toneladas de arroz

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) deverá anunciar formalmente em outubro os números finais da safra 2022/23, com forte tendência de confirmar os resultados divulgados em agosto, de 1.480,5 mil hectares semeados, produtividade média de 6.777 quilos por hectare e uma produção de 10.033,6 mil toneladas. A área diminuiu 8,5%, a produtividade cresceu em 1,7% no país e a produção foi 7% inferior à temporada passada. A expectativa ainda é de que o Brasil alcance um suprimento total de 13.655,5 mil toneladas, frente a uma demanda (consumo+sementes+exportações) em 11,95 milhões de toneladas. Em meados de setembro, será anunciado o prognóstico de área semeada para 2023/24 no país.

A estimativa da Conab mudou pouco, sendo apenas no quadro de oferta e demanda, aumentando a expectativa de exportações de 1,5 milhão de toneladas para 1,7 milhão. Com isso, projeta um estoque final mais ajustado do que o inicialmente previsto, na casa de 1,795 milhão de toneladas, frente ao 1,928 milhão anterior. A importação não tem alterações no prognóstico da companhia governamental, permanecendo em 1,3 milhão de toneladas em base casca. Logo, a projeção é de um superávit de 400 mil toneladas na balança comercial do arroz do Brasil.

Sérgio Roberto dos Santos Júnior, analista de mercados e gerente de produtos agropecuários da Conab, avaliou que o clima interferiu bastante no resultado da safra, em geral por causa da forte estiagem na fronteira oeste gaúcha e das intensas chuvas na colheita do Tocantins. “Não foi um ano fácil para o arrozeiro de sul a norte”, observou. Segundo ele, os preços em queda na tomada de decisão da área na safra passada também levaram a um recuo na superfície semeada, que gerou a produção menor. “Só não seremos deficitários, porque os estoques são significativos e porque temos um excedente que varia de 1,5 a três milhões de toneladas no Mercosul”, finalizou.