Selo ambiental do arroz gaúcho dá desconto no crédito
(Por Gisele Loeblein, Zero Hora) Produtores de arroz de Estado acabam de ganhar um novo benefício com o programa de boas práticas na lavoura. O reconhecimento do Ministério da Agricultura ao Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) como certificadora, por meio do programa Selo Ambiental, permitirá acesso a desconto na tomada de crédito. Criada na safra 2008/2009 pela autarquia, a iniciativa concede às propriedades participantes um atestado de práticas sustentáveis, aferido por técnicos.
— O que o produtor ganha é o desconto do Plano Safra de meio por cento para custear a lavoura — resume Rodrigo Machado, presidente do Irga.
A possibilidade desse desconto está prevista no pacote de financiamentos que conta com subsídio do governo federal. O que muda é que, com o selo passando a ser uma ferramenta que atesta as práticas sustentáveis, os arrozeiros que o tiverem ficam aptos a buscar esse abatimento nos financiamentos. A solicitação para que o Selo Ambiental fosse validado pela pasta federal da Agricultura havia sido feita no início deste ano, durante a programação da abertura oficial da colheita de arroz.
Recuperação do solo após cheias
— O sistema produtivo torna o ambiente onde o arroz é produzido mais resiliente, mais sustentável, diminui os custos e aumenta a produtividade — enumera Machado sobre as vantagens agronômicas.
Quando foi lançado o selo, sete propriedades receberam a certificação. Na safra 2023/2024, foram 72.
Na Região Central, onde a catástrofe climática causou estragos profundos nas propriedades onde se produz arroz, será preciso focar, primeiro na recuperação do solo. Para isso, estão previstos R$21 milhões em ações com esse objetivo.
— Muitos perderam a ferramenta de trabalho. É um esforço gigante, primeiro precisamos recuperar esse dano todo causado pelas cheias e, depois, implementar esse programa — ressaltou Machado.
Além do custo extra, a situação também afetou a semeadura na Região Central.