Sem motivos para sorrir

Mesmo com alta produtividade, está difícil.

As dificuldades de comercia-lização não deixaram escapar nem mesmo os produtores campeões de produtividade e uso de tecnologias do Brasil: os catarinenses. Com um perfil de pequenas propriedades e orizicultura familiar, as três regiões de várzeas inundáveis desse estado, sul (microrregiões de Araranguá, Criciúma e Tubarão) e Vale do Rio Itajaí (microrregiões Rio do Sul, Blumenau e Itajaí) e microrregião de Joinville, tiveram poucos prejuízos com a prolongada estiagem, permitindo ao estado superar a produção da safra 2002/2003. 

Essa recuperação, segundo o analista de mercados Cesar Freyesleben Silva, do Instituto Cepa/SC, foi proporcionada basicamente pela permanência dos preços em níveis remuneradores até a época da implantação da safra. Com efeito, os preços médios mensais recebidos pelos produtores do estado, apesar de já se apresentarem em continuado descenso, permaneceram acima de R$ 30,00 por saca de 50 quilos durante o primeiro semestre de 2004. Daí até o fim do ano, mantiveram-se próximos de R$ 26,00. Em 2005, os preços caíram mais ainda, chegando a R$ 17,00 em Jaraguá do Sul, R$ 19,00 no Vale do Itajaí, Araranguá e Criciúma e R$ 20,00 em Tubarão, nos 10 primeiros dias de maio, o que levou os produtores a participarem de bloqueios na BR 101, reivindicando ações governamentais para equilibrar o mercado. 

Nesse contexto, os produtores catarinenses, em sua maioria pe-quenos e médios agricultores, além do mau desempenho de mercado de seu produto, vêm enfrentando outra situação difícil: não têm mais como expandir a área de produção, que se encontra limitada, de um lado, pela expansão urbana e, de outro, pela legislação ambiental. Na safra passada foram plantados 148 mil hectares. Como se isso não bastasse, os arrozeiros catarinenses também enfrentam uma situação de conflito de uso da água com a população urbana.

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