Semana de pouco movimento, grande expectativa

 Semana de pouco movimento, grande expectativa

Safra gaúcha avança bem, mas o clima preocupa no sequeiro. (Foto: Robispierre Giuliani/Planeta Arroz)

(Por Cleiton Evandro dos Santos, AgroDados/Planeta Arroz) A semana voltou a ser de pequena movimentação comercial para o arroz em casca, Indicador de Preços no RS (Esalq/Senar-RS) caindo, mas o mercado livre mantendo-se estável com os produtores esperando que a possibilidade de exportações gere novas demandas e cotações um pouco superiores aos R$ 67/68,00 com que as tradings operaram nas últimas cargas.

Alguns rizicultores aproveitaram para liquidar pequenos lotes para fazer frente a algumas despesas, mas muitos têm exigido que a nota só seja realmente emitida no ano que vem por causa dos impostos. As maiores preocupações de quem ainda tem estoques em casa é a limpeza dos silos e abertura de espaço para a próxima temporada, o que movimentou algumas cargas para a indústria.

Nestes casos, as maiores empresas estão fixando valor “livre” para o “arroz velho” até 28 de fevereiro, mas só aceitam o produto sob a condição de que a partir de primeiro de março o valor de venda seja equalizado com o arroz da safra nova. Ou seja, mesmo o arroz “maturado” será avaliado como arroz novo. É uma condição a que alguns produtores precisarão se sujeitarem sob pena de não ter espaço para guardar a colheita. Para alguns arrozeiros, porém, a estratégia será guardar o arroz da safra 2020/21 e depositar na indústria a safra nova.

Segundo o Cepea/Esalq, de outubro para novembro, a média do Indicador do Arroz (58% grãos inteiros e pagamento à vista) recuou 9,82%, a R$ 65,17/saca de 50 kg.

A cotação desta quinta-feira, 09/12, fechou em R$ 62,30, equivalente a US$ 11,17. Acumulou 1,03% de queda.

Algumas empresas abriram com cotações mais baixas, em faixa inferior a R$ 60,00, final ao produtor, mas acabaram precisando elevar para a faixa de R$ 61,00 a R$ 62,00 para liquidar o arroz a depósito que precisavam adquirir. Algumas, também, por acreditarem que os preços estão muito próximos do piso da temporada.

No mercado, a informação de que até mesmo as grandes indústrias venderam arroz em casca para a exportação, também fez com que o varejo deixasse alguns negócios “de molho” pra próxima semana. Entre os corretores, a informação corrente é de que uma trading fechou mais um navio de arroz branco, de 20 a 25 mil toneladas, para embarcar nos primeiros dias de janeiro. O lote, porém, já estaria no porto.

No momento, o que mais tem preocupado os agricultores das regiões arrozeiras gaúchas é a falta de chuva das culturas de sequeiro e a necessidade de irrigar soja e milho que estão nas várzeas. Dezembro e janeiro devem ser meses com precipitações abaixo da média, mas a previsão é de que a partir deste domingo já ocorram pancadas irregulares em volume e alcance em várias regiões gaúchas.

PREÇO AO CONSUMIDOR

Os preços aos consumidores nas seis capitais pesquisadas por Planeta Arroz mantivem-se com mínima queda esta semana, mas muito mais em função das promoções. A projeção de menor demanda até fevereiro pelo varejo, com base no histórico, ajuda a gerar o apelo promocional ao consumo. A média para o pacote de cinco quilos de arroz branco, Tipo 1, é de R$ 20,00 a R$ 21,00.

3 Comentários

  • E a seca pegando na fronteira-oeste e depressão central!!! Sei não mas acho que não vai dar tanto arroz nessa colheita… É cedo mas as chuvas não estão dando as caras e as barragens que já estavam baixas não suportarão uma estiagem até março… Veremos nos próximos dias… Se não chover a boca não vai ser boa! Arroz de marca tradicional sendo vendido a R$ 7,50 aqui no RS… Enquanto isso pagam R$ 1,20 o kg prá nós produtores… Tem coisa muito errada nessa cadeia! Produtor se lasca e os picaretas se lavam…

  • * R$ 7,50 o kg

  • A nossa barragem do Arroio Duro aqui em Camaquã com pouco mais de 30 dias de irrigação já está em apenas 65 % da sua capacidade de armazenamento…..e a evaporação surrupiando 0,5 cm ao dia. Se janeiro não ocorrer uma precipitação acima da média histórica, estamos enrascados.
    O ano passado já passamos o maior sufoco, esta safra promete um sofrimento igual ou talvez pior.
    Como se não bastasse os preços horrorosos do casca e o maior custo de produção da história do arroz no RGS.
    É de “pendurar o boné ” e cair fora da atividade !!

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