Semana do Arroz e Feijão, o par perfeito da alimentação do paulista
(Por SAA/SP) O Dia Mundial da Alimentação, comemorado no dia 16, tem o objetivo de gerar reflexões sobre a importância dos alimentos e a segurança alimentar e nutricional em todo o mundo. Em São Paulo, a data marca o início da Semana do Arroz e Feijão, considerado o ‘par perfeito’ do prato de boa parte dos paulistas, seja pela tradição culinária ou pela riqueza de nutrientes oferecida pela dupla.
Vale ressaltar que o feijão é uma leguminosa rica em proteína vegetal, que auxilia na composição dos músculos e dos tecidos do corpo. Além disso, ele é um poderoso aliado contra a anemia. Já o arroz é um cereal com grande fonte de vitaminas A, B1, B2, B3, B6 e E. Dada a sua importância nutricional, há 4 anos, o Governo de São Paulo instituiu a semana do dia 16 de outubro para comemorar a dupla de alimentos mais querida do País, que agrada paladares das mais diferentes classes sociais.
O Estado de São Paulo figura entre os maiores consumidores do famoso “arroz com feijão” e tem espaço garantido na Secretaria de Agricultura e Abastecimento, por meio de uma Câmara Setorial, composta por representantes de toda a cadeia produtiva dos grãos.
A Câmara Setorial do Arroz e Feijão, presidida por Ronaldo Dehn, tem se destacado no trabalho conjunto com produtores e toda a cadeia de beneficiamento. “Eles estão empenhados em aprimorar a produção, a qualidade e a competitividade desses produtos, tanto no mercado doméstico, quanto no cenário internacional”, afirma José Carlos de Faria Junior, coordenador das Câmaras Setoriais e Temáticas da SAA. Além disso, segundo Faria, a Câmara Setorial tem colaborado ativamente com a defesa agropecuária, visando a implementação de rastreabilidade e medidas de segurança alimentar ao longo dessa cadeia.
Um dos pleitos deste fórum permanente é a inclusão do prato típico brasileiro na merenda escolar, por meio da aprovação de um Projeto de Lei. “O objetivo é ter arroz com feijão nas refeições diárias de todas as escolas públicas do Estado de São Paulo. Tal medida beneficiaria tanto os produtores rurais, quanto as crianças, em aspectos nutricionais”, explica João Carlos de Castro Alves, membro da CS do Arroz e Feijão da SAA.
Além da merenda, outro entrave para o setor é o mercado varejista do arroz e do feijão, que, segundo Alves, usa o preço como ferramenta de marketing para atrair consumidores. “O grande atrativo desses alimentos é a questão nutricional e a qualidade das diferentes variedades desenvolvidas pelos institutos”, ressalta o executivo, que trabalhou 20 anos em uma das maiores beneficiadoras de grãos do País.
Vale destacar, que a produção paulista de feijão, por exemplo, gira em torno de 400 mil toneladas/ano, ante um consumo de 600 mil toneladas/ano. Parte dessa demanda é atendida por produtores de outros estados e do grão importado, principalmente, o feijão preto. “Temos tudo para sermos exportadores do cereal pela qualidade das sementes desenvolvidas no Instituto Agronômico (IAC-Apta). O uso de variedades certificadas no campo garante um grande salto na produtividade, na qualidade e nos custos de produção, pela redução de defensivos agrícolas”, revela João Carlos.
Segundo dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA), ligado à Secretaria de Agricultura, a safra 2023 de arroz em São Paulo é de aproximadamente 582 mil sacas de 60 quilos.
Castro Alves defende ainda que o nome das cultivares deve ser destacado, tanto as beneficiadoras, quanto o consumidor deve saber a origem do produto. “O feijão paulista tem alta qualidade, no que diz respeito à resistência a pragas no campo, ao valor nutricional e ao resultado gastronômico”.
Para o secretário de Agricultura e Abastecimento, Guilherme Piai, a secretaria está atenta aos problemas da cadeia produtiva do arroz e do feijão e, por meio dos institutos, empenhada em desenvolver novas variedades. “Não vamos medir esforços para incentivar a produção, colaborando com os agricultores paulistas para que aumentem seus rendimentos”, ressalta Piai.
Recentemente, o Programa de Melhoramento Genético do Feijoeiro do IAC apresentou duas novas cultivares: IAC VU 211 Bamboo com grãos verdes e IAC VU 212 Red Bamboo com grãos vermelhos. Esses “feijões-arroz” são destinados à exportação, com foco nos mercados da China e Índia, sendo o Red Bamboo o mais demandado, de acordo com Alisson Fernando Chiorato, pesquisador do IAC.
Essa pesquisa do instituto também objetivou a regularização da semente, visto que os materiais desse tipo cultivados em outros Estados eram plantados com sementes piratas, que vêm de fora, porque não existia cultivar nacional. “Nós fizemos esse melhoramento genético para termos variedades com Registro Nacional de Cultivares, a fim de legalizar o sistema”, comenta Sérgio Augusto Morais Carbonell, pesquisador do IAC.