Seminário do Arroz encerra programação técnica da 18ª Fenarroz

 Seminário do Arroz encerra programação técnica da 18ª Fenarroz

Mara Lopes apresentou as novas cultivares do Irga

Foram apresentadas cinco palestras que abordaram a produção e disponibilidade de sementes de arroz irrigado, o desenvolvimento de novas cultivares e relatos de experiências do cultivo de arroz orgânico no Rio Grande do Sul.

O Seminário Técnico do Arroz finalizou a programação técnica da 18ª Feira Nacional do Arroz (Fenarroz) na tarde de quinta-feira (22). Foram apresentadas cinco palestras que abordaram a produção e disponibilidade de sementes de arroz irrigado, o desenvolvimento de novas cultivares e relatos de experiências do cultivo de arroz orgânico no Rio Grande do Sul.

As atividades começaram às 14h, com palestra da engenheira agrônoma do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Mara Lopes, que apresentou as três novas cultivares de arroz irrigado que estão sendo lançadas pelo instituto: IRGA 424 RI, IRGA 429 e IRGA 430. Lopes falou sobre os processos de desenvolvimento e características de cada uma. A IRGA 424 RI é derivada da IRGA 424, tem alta resistência ao brusone e a herbicidas e eficiência no manejo contra o arroz vermelho. A IRGA 429 também pode ser utilizada no manejo contra o arroz vermelho e é ideal para sistemas de cultivos pré-germinado, por ser resistente ao acamamento. A IRGA 430 é apropriada para o sistema convencional de cultivo mínimo e direto, é resistente à semeadura em solo seco e possui ciclo precoce, o que permite maior flexibilidade de semeadura. As três apresentam alta produtividade e resistência à toxidez por ferro.

Em seguida, o engenheiro agrônomo do Irga, Felipe Ferreira, falou sobre a produção e disponibilidade de sementes de arroz irrigado, destacando o aumento da oferta e da demanda de sementes certificadas. Segundo Ferreira, esse aumento veio acompanhado pelo crescimento da produtividade. O agrônomo destacou também a importância da utilização de sementes certificadas, com garantia de qualidade e rastreabilidade, e o aumento da qualidade das sementes: se no início dos anos 90 eram necessários de 150 a 200 quilos de sementes por hectare, hoje precisa-se de apenas 100 quilos por hectare. “O insumo mais barato é uma boa semente, que deve ser acompanhada de um manejo eficiente”, destaca.

O terceiro a palestrar foi o engenheiro agrônomo da Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (COOTAP), Edson Cadore, que relatou as experiências de cultivo do arroz orgânico em assentamentos dos trabalhadores do Movimento Sem Terra. Cadore falou sobre a história e atividades da cooperativa, responsável pela produção do Arroz Terra Livre. O cultivo de arroz sem agroquimícos pela cooperativa começou com a crise do arroz de 1999, até então, cultivava-se o grão pelos métodos tradicionais. “A crise gerou uma grande oportunidade para a produção do arroz agroecológico.” O agrônomo destacou os desafios e dificuldades enfrentados pelos trabalhadores ao longo dos anos. Hoje, 534 famílias associadas à cooperativa cultivam o arroz agroecológico pelo estado, em uma área de 4.611 hectares.

As experiências com o cultivo do arroz agroecológico também foram compartilhadas pelo engenheiro agrônomo João Volkmann, que produz o Arroz Volkmann. O agrônomo contou como foi o início das atividades, em 1983, em Sentinela do Sul (RS), quando adquiriu uma terra com problemas de drenagem, irrigação e muito arroz vermelho. No início teve dúvidas e começou devagar, mas logo começou a cultivar o arroz orgânico em 100% da lavoura. Segundo ele, no início foi difícil, havia pouca informação sobre o tema e muito preconceito, “hoje o projeto tem uma simpatia maior da sociedade, é bem aceito. Hoje, muitas pessoas têm essa preocupação com a alimentação saudável". Volkmann também deu dicas sobre o manejo sem fertilizantes e agrotóxicos, com uma abordagem relacionada ao tratamento homeopático da terra, destacando a importância de ver a natureza como um todo.

A 18ª Fenarroz começou na última terça-feira (20) e termina dia 25. A abertura oficial está marcada para hoje (23), às 11h. O Irga oferece ainda oficinas de gastronomia, em parceria com o Senac e com o Grupo de Trabalho de Gastronomia do palácio Piratini, degustações de produtos à base de arroz e, no dia 24, carreteiro a todos os visitantes.

2 Comentários

  • Vamos ver se as novas cultivares são melhores do que as que já estão no mercado. 425, 427 e 428 não estão bem.

  • 424 esta parelho com os Híbridos, e esta chegando o 424Ri, 428 não deu brusone
    IRGA ta bem, agora temos a soja TEC IRGA para plantar no lugar do arroz também

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