Será que vai cair

 Será que vai cair

Após uma sequência de aumentos, tendência é de queda da produção global
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Depois de experimentar um ciclo de evolução produtiva desde 2010, a produção global poderá ser reduzida em 2018. Esta é a expectativa inicial divulgada pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e também pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda). Retrações produtivas estratégicas em países da Ásia, como a China, que detém 45% dos estoques mundiais, na Tailândia, na Índia, no Mercosul e nos Estados Unidos levam a esta expectativa.

O consumo deve manter-se praticamente estagnado. Ainda assim, os estoques devem se manter altos, o que acomoda os preços internacionais com baixa oscilação. A temporada de chuvas e o desempenho das safras dos grandes países importadores ainda podem mexer nestas previsões.

 

Segundo relatório mensal do mercado internacional elaborado pelo economista Patricio Méndez del Villar, do Cirad, da França, a produção mundial em 2017 foi de 754,6 milhões de toneladas de arroz em casca (500,8 milhões de toneladas base beneficiado), em ligeira alta em comparação de 2016. Os números são da FAO. “A produção de arroz teria diminuído, sobretudo na Índia e também, em certa medida, no Vietnã. Em contrapartida, a produção aumentou no resto dos países exportadores asiáticos, especialmente na Tailândia, graças à maior extensão das áreas semeadas”, explica.

Na África, as colheitas continuam melhorando, especialmente nas regiões ocidentais do continente, onde a produção poderia crescer 4% em 2017, segundo a FAO. Em contraste, na África Oriental e Austral, as más condições climáticas continuam afetando as culturas, especialmente em Madagascar, onde a produção teria caído 8% em 2017. Na América do Norte, as colheitas também caíram 20% devido a uma redução nas áreas arrozeiras, enquanto na América Latina a produção aumentou, especialmente no Brasil, graças a bons rendimentos. No entanto, em 2018 as colheitas podem diminuir por causa do plantio tardio, resultante das intempéries do clima.

COMÉRCIO
Segundo Méndez del Villar, em 2017 o comércio mundial marcou um nível recorde de 45,9 milhões de toneladas, aumentando 11% em relação a 2016. O avanço foi concentrado na Ásia, onde os principais países importadores procuraram reconstruir suas reservas de arroz para limitar as tendências inflacionárias. Na África, a demanda de importação finalmente deu um salto de 12% em 2017, apesar dos objetivos da autossuficiência arrozeira e da limitação das importações, especialmente nos principais países importadores da África Ocidental.

No resto do mundo, prossegue o relatório, as importações permaneceram estáveis graças à boa disponibilidade interna. Do lado da oferta, todos os exportadores viram suas vendas aumentarem, exceto o Paquistão. Os estoques mundiais de arroz terminaram 2017 aumentando 0,9%, para 168,6 milhões de toneladas contra 167,1 milhões em 2016. O ligeiro aumento se deve principalmente à reconstituição das reservas nos países importadores do Sudeste Asiático.

Por outro lado, as reservas dos países exportadores, especialmente na Tailândia, caíram drasticamente. Em 2018, os estoques mundiais poderiam aumentar 1,1%, para 170,5 milhões de toneladas, um nível equivalente a um terço do consumo mundial.

 

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