Setor arrozeiro é o que mais emprega mão de obra rural assalariada

 Setor arrozeiro é o que mais emprega mão de obra rural assalariada

(Por Luciara Schneid, Tradição) Um Estado considerado o celeiro do país, o Rio Grande do Sul precisa valorizar a mão de obra presente no campo. Segundo dados da Federação dos Trabalhadores Assalariados Rurais do Rio Grande do Sul (Fetar-RS), o Estado possui aproximadamente 200 mil trabalhadores rurais atualmente. “Hoje na formalidade, temos 110 mil assalariados rurais, esse número chega a 180 mil em época de safra e com os informais a mais de 200 mil”, afirma o presidente da Fetar-RS, João Cezar Larrosa.

Segundo ele, o dia maior do trabalhador rural ainda é o 1º de maio, mas a categoria sonha em poder acrescentar em suas convenções coletivas, o dia 25 de maio, considerado o Dia do Trabalhador Rural, como data máxima do assalariado rural. “Um dia onde todo assalariado possa ter a sua data para compartilhar com sua família, se informar sobre seus direitos e refletir sobre sua categoria”, ressalta.

Larrosa acrescenta que 73% dos assalariados rurais são homens e a idade varia entre 32 e 45 anos, na grande maioria. “A remuneração ainda é aquém do que gostaríamos e varia, hoje, de R$ 1.850 a R$ 2.100, ou seja, muito aquém do que o agro pode pagar”, salienta.
Mas a maior conquista da categoria é a convenção coletiva de trabalho. “Essa é a maior ferramenta social de direito do trabalhador e é através dela que se combate a informalidade no campo, que é uma porteira aberta aos crimes contra os trabalhadores”, destaca.

Atualmente, a Fetar-RS possui 118 convenções coletivas de trabalho, ou seja, está presente em 118 sindicatos de trabalhadores rurais em todo o Estado. “O setor que mais emprega é a cadeia produtiva do arroz, a orizicultura é o carro-chefe do assalariado rural”, garante Larrosa. O presidente afirma ainda que o melhor tratamento dado pelo setor ao trabalhador está onde a convenção coletiva de trabalho e o assalariado são vistos como parte da engrenagem do Agronegócio, e onde esses fatores estão casados e os direitos respeitados.

A Fetar-RS foi fundada em 12 de janeiro de 2016 com a função de representar todos os assalariados rurais do Rio Grande do Sul, após a Federação da Agricultura Familiar no RS (Fetag-RS), por determinação legal, deixar de representar a categoria por ser considerada diferente dos agricultores familiares. A Fetar-RS está presente em mais de 200 municípios gaúchos e passou a representar todos os assalariados rurais, que diferente dos agricultores familiares – que produzem alimentos em regime de economia familiar – empregam sua mão de obra em favor do Agronegócio.

Com aproximadamente 40 mil trabalhadores assalariados rurais, a zona sul do Estado é pioneira na criação de Sindicato Regional e, atualmente, a Fetar-RS possui um Escritório Regional em Pelotas. O universo dos trabalhadores assalariados rurais é diverso e possui diferentes características, que vão desde a cadeia da pecuária, tradicional na Metade Sul e Fronteira de forma mais extensiva, à intensiva praticada nas regiões Centro e Norte, passando por setores produtivos muito fortes como as cadeias do arroz, fruticultura, tabaco, suinocultura, avicultura, entre outras.

Os assalariados estão, hoje, incluídos em todo o setor produtivo de alimentos do RS e são a força de trabalho que movimenta toda a engrenagem do agronegócio gaúcho. Na Zona Sul, a orizicultura, presente em vários municípios, continua sendo o principal gerador de empregos ao lado da pecuária. Na Serra, a cadeia da fruticultura, com destaque para a uva, é um setor altamente desenvolvido com forte aparato tecnológico. Na Região Central, Santa Cruz do Sul é grande produtora de tabaco e 55% de sua população está ligada diretamente a esta cadeia produtiva, entre outras atividades, como produção de leite, aves e suínos.

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