Setor orizícola debate contrato de opção e avalia perdas na lavoura
A Câmara Setorial do Arroz defende contratos de opção privado com teto mínimo de R$ 24,00 para a saca de 50 quilos e prêmio de R$ 3,00. O mecanismo se destina à sustentação de preço da commodity.
A Câmara Setorial do Arroz defendeu nesta quarta-feira 13, na Secretaria da Agricultura e Abastecimento (SAA), a disponibilização, pelo governo federal, de contrato de opção privado para o setor com teto mínimo de R$ 24,00 para a saca de 50 quilos e prêmio de R$ 3,00. O mecanismo se destina à sustentação de preço da commodity.
Hoje, o Rio Grande do Sul, que responde por 50% da produção nacional do grão, está com 60% da safra 2004-2005 colhida, estimada pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) em 5,9 milhões de toneladas. Conforme a autarquia, 10% do total colhido está comercializado e, com o emprego do contrato de opção, mais 20% da colheita poderá ser vendido a um preço não tão distante do custo de produção da saca no Estado, de R$ 30,68. Nesta semana, o mercado gaúcho está pagando, em média, R$ 24,15 a saca.
No encontro, o diretor comercial e industrial do Irga, Rubens Silveira, e o presidente da Comissão de Arroz da Federação da Agricultura (Farsul), Francisco Schardong, lembraram que a implantação do contrato de opção para o segmento está sendo reivindicada pelos produtores gaúchos ao governo federal há um ano e quatro meses. A projeção é de que o edital do contrato seja publicado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) na próxima segunda-feira 18, com leilão de prêmio em 26 deste mês e leilão de opção em 3 de maio.
Em relação a perdas na lavoura em conseqüência da estiagem, o Irga está revisando levantamentos. De acordo com a instituição, mesmo em áreas dos 75 mil hectares considerados como perdidos, na primeira quinzena de março, deverá haver colheita, embora com produtividade abaixo da média.
Silveira afirma, entretanto, que a qualidade do cereal será mantida e cita como exemplo de recuperação de plantações a safra em São Borja, na Fronteira Oeste. Segundo o dirigente, dos 43,4 mil hectares semeados no município, projetava-se há um mês quebra de 35%. “Agora, a perda vai ficar em 7,6%.”
A cadeia arrozeira examinou ainda questões referentes à exportação do cereal e fiscalização fitossanitária na fronteira com Uruguai e Argentina. Participaram da discussão o secretário da Agricultura e Abastecimento, Odacir Klein, o presidente do Irga, Pery Sperotto Coelho, o coordenador das câmaras setoriais da SAA, Jorge Melo, o presidente da Federação das Cooperativas de Arroz (Fearroz), André Barreto, o diretor de mercado da Federação das Associações de Arrozeiros (Federarroz), Marco Aurélio Tavares, e representantes do Sindicato Rural de Tapes, Sindicato das Indústrias de Arroz (Sindarroz) e do Mapa.