Situação da safra de arroz 2017/18 no Brasil

No Rio Grande do Sul a alta luminosidade compensou perdas por frio e atrasos.

O plantio de arroz de sequeiro no Acre se inicia no período chuvoso, de outubro a dezembro, época favorável ao desenvolvimento da cultura, visto que esse é o único sistema de plantio. O sistema de produção é fator que influência na produtividade do estado devido à utilização de baixa tecnologia e a agricultura ser familiar, cuja a finalidade da produção é para o consumo familiar e o excedente para comercialização.

Geralmente a cultura é consorciada com outras culturas, como o milho, após o término do ciclo é realizado o plantio de feijão comum. O plantio de arroz de sequeiro no Acre se inicia no período chuvoso, de outubro a dezembro, época favorável ao desenvolvimento da cultura, visto que esse é o único sistema de plantio.

O sistema de produção é outro fator que influencia na baixa produtividade do estado devido à utilização de baixa tecnologia e a agricultura ser familiar, cuja finalidade da produção é para o consumo familiar e o excedente para comercialização. Geralmente a cultura é consorciada co outras culturas, como o milho, após o término do ciclo é realizado o plantio de feijão-comum de cores.

Na safra 2016/17 e na safra atual, 2017/18, houve aumento significativo na produção de arroz no Acre devido ao aumento de área plantada em Epitaciolândia. Na safra atual Epitaciolândia se destaca no cultivo de arroz de sequeiro, com área de 450 hectares de arroz de apenas um produtor.

De acordo com dados do IBGE, a área colhida de arroz de sequeiro foi de 4.992 hectares, e a quantidade produzida de 6.107 tonelada. No entanto, a produção com fins de comercialização é apenas o arroz produzido no município de Epitaciolândia, nos demais municípios a produção é proveniente da agricultura familiar, cujo objetivo é para o consumo familiar.

Em Rondônia, considerando os níveis percentuais, as lavouras de arroz no estado, safra e safrinha, são financiadas nas seguintes proporções: 5% por bancos oficiais, 7% com recursos do próprio produtor e 88% por agentes econômicos financiadores entre outras empresas que fomentam a rizicultura em todo o estado de Rondônia.

O cultivo é exclusivamente de sequeiro, safra e safrinha, não havendo cultivos irrigados. A justificativa para o reduzido volume de recursos financeiros captados em bancos oficiais está relacionada à documentação das terras. A titulação/escrituração de imóveis rurais no estado é muito incipiente, esse fato inviabiliza o acesso dos produtores ao crédito disponível junto aos bancos, o recurso financeiro existe, no entanto, o produtor não consegue captá-lo em sua integralidade.

Nesse contexto, as tradings e empresas privadas entram como segunda e principal opção ao produtor que necessita de aporte financeiro para investir/custear as lavouras.

A área cultivada estimada para a implantação da cultura do arroz safra e safrinha 2017/18 é de 42,4 mil hectares, desses, 38.414 mil hectares são de arroz safra e 4 mil hectares, de arroz safrinha. Ao longo das safras o produtor de arroz não enxerga benefícios concretos e rentáveis para aumentar a área e alguns abandonam a cultura, migrando para milho e principalmente para a soja.

A produtividade do arroz safra é de 3.243 kg/ha, já a produtividade do arroz safrinha tende a ser menor, em torno de 3.006 kg/ha, esse dado pode sofrer flutuação nos levantamentos seguintes. A produção do arroz primeira safra é de 124.591,5 mil toneladas e a produção do arroz safrinha é de 12.024 mil toneladas. O arroz de sequeiro primeira safra já foi 100% colhido, já o arroz de sequeiro safrinha está nas seguintes fases: florescimento 15%, maturação 60% e colheita em 25%.

Muitos produtores implantam o arroz em área de pastagem degradada ou em área de pousio, já no segundo ano cultivam soja. O arroz se configura como um grande desbravador para culturas anuais sucessoras, principalmente soja. A possibilidade de o arroz retornar à área tende a ser como opção para a rotação/sucessão de culturas, quebrando ciclos bióticos e abióticos nocivos.

A cultivar de arroz amplamente difundida e semeada em Rondônia é a AN Cambará, categoria C2, safra 2016/17, com 99% de pureza e 80% de germinação. Tal cultivar apresenta ciclo precoce e evidenciou ampla adaptabilidade às condições edafoclimáticas em Rondônia. Outra cultivar largamente utilizada é ANA 6005, categoria C1, com pureza mínima e germinação de 99 e 80%, respectivamente, safra 2016/17. O ciclo da cultura oscila entre 100 a 115 dias, sendo mais precoce quando submetida a algum tipo de estresse, principalmente o hídrico.

O calendário agrícola segue um pouco atípico devido ao atraso das chuvas iniciais, retardando o estabelecimento de muitas lavouras no campo. De forma geral, a safra foi implantada em novembro e dezembro e a safrinha entre janeiro e fevereiro, esta última sendo inserida em áreas cultivadas com soja safra.

O regime atual de chuvas já é bem reduzido, ou seja, as precipitações ocorrem em menor volume, localizadas e, uma vez por semana, no entanto, há bom aporte de água no solo para suprimento das plantas e enchimento de grãos, visto que se observa água empoçada em estradas vicinais e de igual modo em carreadores entre talhões.

Boa parte da produção é consumida no próprio estado e o excedente enviado ao Acre e Amazonas, principalmente. Uma pequena quantidade é enviada para a Bolívia e Peru. Em Tocantins, as lavouras de sequeiro se desenvolveram bem dado aos bons volumes precipitados ocorridos durante todo o ciclo da cultura. Nas lavouras dos agricultores familiares, principalmente os assentados da reforma agrária, a colheita já está encerrada.

O rendimento médio das lavouras deve ficar acima da média e a qualidade do produto também está melhor do que nas safras anteriores em virtude das excelentes condições pluviométricas nesta safra.

No caso do arroz irrigado, nessa safra houve atraso do plantio devido aos baixíssimos níveis dos reservatórios e rios da região. Todos os produtores tiveram que esperar o retorno das chuvas para poderem realizar o plantio com segurança de abastecimento de água para a inundação dos tabuleiros.

O excesso de chuvas em fevereiro provocou inundação dos tabuleiros deixando parte das lavouras submersas, inclusive em áreas onde as lavouras já estavam em ponto de colheita. Em razão desse excesso de água nos tabuleiros, aliada a menor disponibilidade de luminosidade, as lavouras têm apresentado uma produtividade um pouco abaixo da esperada pela avaliação visual dessas.

As lavouras em estágio de enchimento de grãos foram as mais prejudicadas com essa inundação, apresentado um percentual de grãos chochos acima do normal. A colheita está finalizada.

No Pará, a área total do arroz é de 62,7 mil hectares, 8,9% menor que a safra 2016/17, retração de 2,4% na produtividade e 11% na produção em relação à safra anterior. A cultura do arroz se encontra em fase de colheita. Aproximadamente 50% da área plantada já foi colhida, com destaque para o município de Novo Progresso, que já colheu em torno de 60% dos 12 mil hectares semeados, que representam 19% do arroz cultivado no estado.

Na Bahia, o arroz é cultivado no extremo oeste, na região do Coaceral (Formosa do Rio Preto), fronteiriça com o Piauí. De modo geral, o plantio é utilizado para aberturas de novas áreas em solos de baixa fertilidade. Nos últimos anos essa cultura tem perdido espaço para o sorgo e a soja.

A produção do cereal ocorre em regime de sequeiro, utilizando tanto o sistema de plantio direto quanto o convencional. O cultivo de arroz ocupa a área de 7,8 mil hectares. Espera-se a produtividade de 1.200 kg/65 ha de grãos de arroz. A colheita está finalizada, com a estimativa de produção em torno de 9,4 mil toneladas.

No Maranhão, as lavouras de arroz de sequeiro, conduzidas normalmente por agricultores familiares, encontram-se com 80% da sua área colhida e 20% em fase de maturação. Com uma produção estimada em 310,3 mil toneladas, distribuídas numa área de 164,7 mil hectares, a cultura avançou 17,5% em relação à safra 2016/17, que teve uma área semeada de 140,2 mil
hectares.

A produtividade média das lavouras devem permanecer na casa dos 1.884 kg/ha devido às condições climáticas favoráveis. Para o arroz irrigado, cultivado na região dos Campos Naturais do Maranhão ou ”Baixada Maranhense”, mais precisamente nos municípios de Arari, Vitória do Mearim e São Mateus do Maranhão, o arroz irrigado mantém os dados de área plantada e produtividade média, devendo permanecer no mesmo patamar, de 2,9 mil hectares, evidenciado no levantamento anterior, com uma produtividade média de 5.398 kg/ha. As lavouras foram bem estabelecidas e se encontram em sua totalidade no estádio de maturação.

Na Paraíba, nas regiões pesquisadas têm-se o histórico do plantio de 12.000 hectares de arroz. A impossibilidade de competitividade com os preços do produto vindo de outras regiões do país fez com que parte dos produtores deixasse a exploração da cultura do arroz.

O baixo regime de chuvas nos últimos cinco anos tornou escassas as reservas d’água para irrigação de salvamento, dificultando a atividade da rizicultura. Dado o histórico dos prejuízos sofridos na exploração dessa cultura, na safra passada foram plantadas apenas 921ha de arroz, que por insuficiência de chuvas apresentou produtividade de apenas 875kg/ha. Apesar das frustrações ocorridas na safra pretérita, para esta safra tem-se a possibilidade de área em torno de 1.080 hectares da cultura com produtividade de 1.561kg/ha.

Em Pernambuco, o arroz cultivado no estado fica restrito a áreas situadas entre os municípios de Cabrobó e Orocó, onde são cultivadas às margens e sobre ilhas do Rio São Francisco. Atualmente, toda área cultivada é conduzida por agricultores integrados à empresa de beneficiamento de arroz da região, a qual deve cultivar uma área de 350 hectares ao longo do ano por meio desse sistema de parceria.

No Rio Grande do Norte, a situação do arroz é a mesma que relatamos no último levantamento, ou seja, o plantio é predominantemente de arroz vermelho. É cultivado no Vale do Apodi-RN e se trata de uma cultura que oferece um excelente suporte econômico e social para a região.

A área total de arroz a ser plantada nesta safra deverá atingir 1,1 mil hectares e se concentra, principalmente, nos municípios situados à margem do Rio Apodi/Mossoró, inseridos na Região do Vale do Apodi. A maior parte do cultivo é feita por meio de irrigação via inundação e em menor escala também é plantada em áreas de várzeas úmidas sem irrigação.

A atividade é basicamente desenvolvida em pequenas propriedades rurais, utilizando-se de mão de obra do grupo familiar. A atividade é de subsistência e em torno de 80% do arroz são consumidos na própria região e o excedente comercializado em outros mercados consumidores. Estima-se para esta safra um aumento de área de 10%.

Em Sergipe, a safra de arroz se encontra no início, com o plantio de cerca de 4% da área total até o momento. Os principais perímetros irrigados do estado ainda não realizaram a semeadura, uma vez que a maior parte das sementes ainda não foram distribuídas pelo governo de Sergipe. Em contrapartida, alguns produtores da região de Propriá utilizaram sementes compradas no mercado, avançando em cerca de 3% a área plantada naqueles perímetros irrigados.

Os perímetros do Betume e Cotinguiba também não haviam iniciado até a última semana de junho e, mesmo com a previsão anterior, o plantio deverá se concentrar entre julho a setembro, situação semelhante à ocorrida no município de Brejo Grande. A expectativa é de que a área a ser plantada e a produtividade média sejam as mesmas da safra anterior, com 4.695 hectares e 7.500 kg/ha, respectivamente.

Com relação ao financiamento da safra, observa-se que os principais agentes são Banco do Brasil, Banco do Nordeste e principalmente pelos atravessadores, que realizam o fornecimento de insumos e sementes, sendo responsáveis inclusive pela compra de mais de 90% de toda produção do estado. Estima-se que cerca de 50% dos produtores são financiados dessa forma, enquanto que menos de 10% são realizados por recursos próprios.

Em Goiás, nos municípios de Formosa e Flores de Goiás, onde a cultura é irrigada, o arroz já foi praticamente todo colhido, faltando poucos talhões, alcançando uma produtividade média de 6.200 kg/ha. Já nos outros municípios produtores de arroz de sequeiro da região leste e sul, a colheita já foi finalizada, com rendimentos entre 2.000 a 2.300 Kg/ha.

Em Mato Grosso, a colheita dos 137,8 mil hectares de arroz primeira safra foi finalizada em maio. A qualidade do produto é considerada excelente, com produtividade satisfatória, de 3.252 kg/ha, apresentando leve queda de 0,8% em relação aos 3.226 kg/ha registrados no último ciclo. Em termos de mercado, o término da colheita do cereal de sequeiro elevou a oferta disponível no estado, reduzindo as cotações do grão em diversas praças comerciais, cujos preços já se encontravam baixos desde a safra 2016/17. A desvalorização do preço do cereal tem estimulado os produtores rurais a armazenar o produto com expectativas de melhores preços nos próximos meses.

A colheita do arroz irrigado e sequeiro de segunda safra, cujas lavouras se encontram predominantemente na região médio-norte e norte de Mato Grosso, atingiu cerca de 70% dos 5,8 mil hectares cultivados com o arrozal, até o término de maio. Houve relatos de algumas lavouras de sequeiro com redução na qualidade do grão devido ao atraso no plantio da cultura, fato que prejudicou a granação do arrozal, provocado pela redução da precipitação pluviométrica, normal para o período. Contudo, a estiagem não afetou o aproximadamente um terço da área que foi cultivado sob pivôs, a fim de realizar a rotação de cultura.

Em Minas Gerais, seguindo a tendência dos últimos anos, a área de arroz sofreu redução em relação à safra anterior. Houve redução de 25,5% na área de plantio em relação à safra 2016/17, ficando estimada em 3,5 mil hectares.

A redução ocorreu principalmente em área de sequeiro devido à menor competitividade dessa cultura em relação a outras mais rentáveis e de menor risco, como milho e soja, ao desestímulo provocado pelo alto custo de produção, que inviabiliza a comercialização junto ao produto do sul do país, ao risco de perdas por estiagens prolongadas, recorrentes nas principais regiões produtoras, além das restrições ao cultivo em áreas de várzea.

A produtividade média estadual deve ficar 12,3% maior em relação à safra anterior devido à predominância das áreas irrigadas, onde se obtém produtividades mais altas. Colheita concluída.
Em São Paulo, como já informado anteriormente, demonstra uma estabilidade de área. O produto é pouco cultivado no estado. O cereal se concentra basicamente em dois municípios, Guaratinguetá e Pindamonhangaba, ambos pertencentes ao vale do Paraíba (sentido Rio Janeiro).

O arroz consumido em São Paulo é todo oriundo do Rio Grande do Sul. Os poucos produtores que se dedicam ao plantio do arroz no estado comercializam sua produção em nível de propriedade ou com finalidade de consumo doméstico.Quanto à área prevista dentro do estado fica em torno de 7,6 mil hectares e, a produtividade média, em torno de 4.317 kg/ha.

No Paraná, a safra já encerrada com produção final de 3,4 mil toneladas. O volume de chuvas, ainda que demasiado, parece não ter afetado a cultura, que apresentou boa produtividade, de 1.973 kg/ha, mesmo sendo uma cultura de subsistência. A produtividade só não foi maior que a da safra anterior, que se desenvolveu em condições climáticas excelentes. A produção, em sua grande parte, destina-se ao consumo na propriedade. A pequena parte que se destina à comercialização já foi vendida.

A colheita do arroz irrigado foi encerrada no início de maio, com produtividade média de 6.324 kg/ha. A queda na produtividade, 17,9% em relação à safra 2016/17, foi resultado de vários fatores. Houve relato de enchentes. As temperaturas baixas não foram favoráveis para o desenvolvimento da soqueira, ficando o rendimento obtido por conta da primeira colheita. Também devido ao prolongamento do ciclo, muitos produtores não conseguiram plantar a segunda safra, o que explica a diminuição de área de 19,8 para 19,7 mil hectares, com resultante diminuição de 18,3% na produção, que nesta safra foi de 124,6 mil toneladas.

A falta de compradores é outro problema enfrentado pelos rizicultores, uma vez que pela atual política de importação não existe taxação para a compra de produto beneficiado. Com isso, as grandes indústrias brasileiras estão optando por trazer o produto do Paraguai, já empacotado e a um custo mais baixo que o arroz brasileiro. Atualmente, apenas 36% da produção foi comercializada, contra 52% neste mesmo período do ano passado.

Em Santa Catarina, com o término da colheita do arroz, um levantamento detalhado realizado junto aos informantes elevou ainda mais os dados referentes a safra 2017/18 no estado. Com o ajuste das informações a produtividade média das lavouras passou para 7.850 kg/ha, resultando em 1.151,6 mil toneladas de arroz produzido em Santa Catarina, nesta safra.

As altas produtividades, assim como a excelente qualidade dos grãos colhidos, devem-se principalmente ao clima favorável, à baixa incidência de pragas e doenças ao longo de toda a safra e ao uso de cultivares altamente produtivas.

No Rio Grande do Sul, a colheita já foi concluída. O excesso de chuvas ocorrido em outubro de 2017, que acarretou atraso no plantio, foi compensado pelos excelentes índices de luminosidade em fevereiro e março de 2018, que, de certa forma, compensaram a redução no fotoperíodo. Tal índice de luminosidade se refere à redução dos dias nublados, aliados ao calor que fez com que as plantas conseguissem produzir mais amido, diminuindo a queda prevista na produtividade
em relação à safra passada, que foi uma das maiores da história. Os rendimentos são considerados muito bons, com produtividades superando os 8.000 kg/ha em algumas regiões produtoras.

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