Sob pressão de produtores rurais, governo vai mudar tabela de fretes
Reunião mostrou que frete tabelado aumenta custos e torna quase impossível exportar.
Após pressão de produtores rurais, o governo federal recuou e vai rever a tabela de preços mínimos para os fretes rodoviários. A informação foi dada ao Estadão/Broadcast pelos ministros dos Transportes, Valter Casimiro, e da Agricultura, Blairo Maggi, após reunião com representantes do agronegócio na noite desta terça-feira. Os ruralistas dizem que a tabela, uma das promessas feitas pelo governo para conseguir encerrar a greve dos caminhoneiros, eleva os custos do frete em até 150%.
O ministro Maggi afirmou que a demanda das entidades presentes ao encontro mostra que a tabela de preços mínimos de frete “é extremamente elevada, praticamente inviabiliza o setor produtivo” e, por isso, será revisada. Segundo ele, os cálculos da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), responsável pela elaboração da tabela, foram “muito corridos” para atender à demanda dos caminhoneiros, e alguns cálculos foram imprecisos. “A ANTT vai trazer para a realidade uma série de coisas e deve propor uma nova tabela de fretes amanhã (quarta-feira, 06)”, disse.
“A tabela é processo construtivo que depende de discussão com todos os setores. Está previsto na medida provisória que a tabela tem de passar por consulta pública, e que vai ter ajuste, vai”, disse Casimiro. “Isso vai para consulta pública, vamos ouvir todos os setores para que saia uma tabela que atenda a todos e seja boa para o País.” Nas redes sociais, porém, os caminhoneiros já reagem a essa possibilidade de mudança e até ameaçam com novas paralisações.
1 Comentário
Os caminhoneiros precisam entender que se o frete encarecer demais não terão mercadoria para transportar. Há que se ter bom senso. O que não dá é trabalhar no prejuízo!!! Caminhoneiros e arrozeiros sabem bem o que é isso!!! Não estaria na hora de se lutar por novas ferrovias para a escoação do arroz e da soja!!! Não estaria na hora de se lutar só por um terminal arrozeiro no porto de Rio Grande com capacidade de estocagem para no minimo 300.000 toneladas??? Porque as tradings não investem nisso??? Porque não se pressiona o governo estadual para fazer isso ao invés de pedir reduçao de impostos que nunca virão??? Me parece que falta uma empresa que encampe a idéia de exportar nosso arroz… Fazem 8 anos que comento e falo sempre a mesma coisa. Se exportassemos de 2 a 3 milhoes de toneladas estariamos sentados em cima do coqueiro! Todos ganhariam… inclusive aqueles que adoram bos sugar…