Sobretaxa afeta as importações gaúchas
Para o assessor comercial da Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Marco Aurélio Tavares, a taxação da CDO sobre o arroz do Mercosul foi um dos fatores que diminuiu o volume de importação.
A taxação imposta pelo governo gaúcho ao arroz importado já surtiu efeito. A entrada do cereal dos países vizinhos diminuiu em abril. A redução chegou a 56%, passando de 84,5 mil toneladas para 37 mil toneladas.
– O resultado, comemorado pelos produtores agora, poderá ser fruto de preocupação e problemas no longo prazo – diz o consultor Carlos Cogo, da Cogo Consultoria Agroeconômica.
Segundo ele, o aumento de arrecadação da Taxa de Cooperação e Defesa da Orizicultura (CDO) pelas importações não ocorrerá. A cobrança é de R$ 0,33 por saca (50 quilos), já é paga pelos produtores gaúchos. Para o assessor comercial da Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Marco Aurélio Tavares, a taxação foi um dos fatores que diminuiu a importação.
Na avaliação do consultor, a taxa cria uma concorrência desleal entre as indústrias do País. A indústria gaúcha paga 12% de Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS) sobre o arroz importado para ser vendido na região Sudeste. As empresas daquela região pagam apenas 7%. A cobrança da CDO aumenta ainda mais esta diferença entre as indústrias do Rio Grande do Sul e do Sudeste.
Segundo Cogo, a taxa coloca um sobrepreço na importação, encarecendo o custo final do produto.
– Obrigatoriamente, para se encaixar nisso, a indústria local terá de reduzir o preço , pois quando beneficiado do Rio Grande do Sul e vendido para outros estados tem um custo médio composto pelas aquisições internas e do produto importado do Mercosul – diz.
Na prática, segundo o consultor, a indústria irá reduzir o preço pago ao produtor gaúcho. Atualmente, o arroz é comercializado a R$ 20 a saca no estado.