Sofrido arroz

 Sofrido arroz

Colheita do arroz: Irga previu problemas por conta de condições climáticas desfavoráveis

Excesso de chuva e falta de sol na época da floração fez produtividade cair.

A previsão do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) foi certeira: a produtividade da lavoura do cereal começou a cair no mês de abril em Cachoeira do Sul.

A queda, conforme o departamento técnico da repartição, é resultado do excesso de chuva e da falta de sol no final do ano passado, quando os arrozais estavam florescendo.

Conforme levantamento do Irga, no final da primeira quinzena de março, com 12,7% da lavoura 2014/2015 colhida, a produtividade do arroz atingiu uma média de 7.907 quilos por hectare em Cachoeira, número que caiu para 7.646 em 10 de abril, quando estavam colhidos 65,1% dos 33.068 hectares do cereal plantados no município.

A produtividade média do arroz cachoeirense está abaixo da marca registrada no estado, que em 10 abril estava em 7.747 quilos por hectare. A tendência é de mais queda até o final da colheita, que se estende até o final de maio.

"Quanto mais tarde o arroz foi plantado, maior foi o prejuízo deixado na lavoura pelas condições climáticas desfavoráveis à cultura do arroz registradas no final de 2014", destaca o coordenador regional do Irga, o engenheiro agrônomo Jaceguay de Barros.

12ª MAIOR – Cachoeira tem a 12ª maior lavoura de arroz do Rio Grande do Sul e no ano passado fechou a colheita com uma média de 6.489 quilos por hectare, a pior marca desde 2010. Arrozeiros do município acreditam que a produtividade de 2014 será mantida em 2015. A maior marca já alcançada pelo município foi em 2012, com 7.326 quilos por hectare.

Atenção com o solo faz diferença

Arrozeiro há três décadas, Paulo Reinaldo Dickow, 59 anos, orgulha-se da produtividade de sua lavoura localizada na comunidade rural de Passo do Seringa. A média é uma das mais altas do Rio Grande do Sul: 9,5 mil quilos por hectare.

Para o produtor, o maior diferencial para uma boa safra é a atenção com o solo. "Não adianta só usá-lo, é preciso trabalhar o equilíbrio e a correção do que falta nele", ressalta o produtor.

O cuidado dele tem como destaque o descanso dado à terra. A propriedade de Dickow tem 800 hectares e é dividida em áreas. A cada ano o arroz ocupa uma parte diferente da fazenda. A área usada para lavoura em um ano fica livre nos dois anos seguintes. No período de descanso de plantação a área é utilizada para a criação de gado. Dickow mantém um rebanho sempre variando entre 800 e 900 cabeças.

Enquanto fica livre de lavouras, o solo ainda é melhorado com o a aplicação de produtos específicos para o equilíbrio da terra. Na safra de 2015, em parte de sua lavoura, a produtividade do arroz de Dickow chegou a 11 toneladas por hectare.

Além do cuidado com o solo, nesta área de 30 hectares ele utilizou uma variedade especial de semente, produto recomendado e vendido por Rogério Dutra, proprietário da empresa de insumos agrícolas Companny.

Nos cuidados com a lavoura, Dickow conta com a ajuda de cinco familiares, especialmente do filho Maurício Aldemar Dickow, 31 anos. Natural de Agudo, é para esta cidade vizinha de Cachoeira que Dickow costuma comercializar a maior parte de seu arroz.

O comprador é o engenho Dickow, que pertence a primos do produtor e industrializa arroz da marca Rei Arthur. O rizicultor também vende o cereal para o engenho Treichel, de Cachoeira. Aguardando negociações, a produção de 2015 de Dickow ainda está estocada em silos próprios.

1 Comentário

  • Ah é é , arressem caiu a ficha do IRGA, se fragaram que a produtividade de Cachoeira foi menor que a propalada pelo órgão, precisou terminar a colheita para admitirem a queda na produção.
    Mas vamos mais além, a queda na produção, é em todo o estado não se restringe a Cachoeira, o clima desde o plantio e na floração foi muito desfavorável ao cultivo.
    Os números apresentados pelo órgão, CONAB, EMATER, IBGE e etc nunca vão retratar a realidade, pois os dados divulgados são arbitrados dentro de escritórios e nunca levantados nas lavouras.
    Quem quiser acreditar em contos da carochinha que acredite.

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