Soja e arroz com a produtividade comprometida em Cachoeira do Sul (RS)
Ainda é muito cedo para calcular os prejuízos que a falta de chuva trará ao município, mas os produtores que deixaram para realizar o plantio de arroz neste período já estão preocupados.
O vice-presidente da Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Gilmar Freitag relatou que a cidade já sente os efeitos da estiagem que castiga a cidade nestes últimos 21 dias.
Freitag destacou que ainda é muito cedo para calcular os prejuízos que a falta de chuva trará ao município, mas destacou que os produtores que deixaram para realizar o plantio de arroz neste período já estão preocupados. Conforme informou, o vice-presidente, devido a estiagem o plantio de soja foi suspenso.
Segundo cálculos realizados pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) a região está com 87% da lavoura de arroz plantada, porque muitos produtores semearam o cereal logo no início da safra.
Conforme informou o agrônomo do Irga, Patrício Melo Freitas os agricultores que realizaram o plantio de arroz no cedo, estão tendo que irrigar a lavoura para que não percam o produto que já encontra-se em período de germinação.
Os fortes ventos e o calor intenso dos últimos dias, conforme informou Freitas são uma das causas para que os produtores recorram a irrigação artificial da lavoura. Freitas acredita que é muito cedo para falar em prejuízo na produtividade, mas salientou que o Irga tinha antes do início da safra a expectativa de que fossem colhidos cerca de 7.200 kg por hectare e agora já trabalham com a probabilidade de que sejam colhidos por hectare apenas sete mil quilos. O agrônomo destacou que a soja ainda encontra-se em período de plantio, por isso, os prejuízos serão menores.
Freitag relatou que os produtores que plantaram no começo da safra estão com medo de terem prejuízos se a chuva não cair na cidade nos próximos dias, muitos produtores estão recorrendo as cooperativas para saberem o que devem fazer nesse período de estagnação da chuva.
A orientação para os agricultores que ainda não semearam a soja é de que esperem mais um pouco, conforme informou Freitag. Já para o arroz a orientação é ao contrário uma vez que o cereal é mais fácil de germinar e existe a possibilidade de irrigá-lo artificialmente.
O presidente do Sindicato Rural, Enídio Vogel relatou que a situação é mais grave do que se pensava. Segundo ele, o solo de algumas lavouras do município já não é mais possível entrar o arado para preparar o solo.
Conforme Vogel, os produtores estão correndo dois grandes riscos: uma vez que se plantarem os cereais e irrigá-los artificialmente correm o risco de sofrerem com a falta de água no período de verão. E se optarem por esperar a chuva para plantar correm o risco de não colher nenhum grão do produto.