Soja vai bater novo recorde nesta safra

Na soja, o aumento da produção deve-se principalmente à expansão da área plantada, que passou de 5,26 para 5,47 milhões de hectares.

O Rio Grande do Sul deve colher em 2016 a maior safra de soja de sua história, estimada em 16,07 milhões de toneladas, com um salto sobre os 15,7 milhões registrados no ano passado. A expectativa foi revelada pelo levantamento da Emater sobre as culturas do ciclo de verão 2015/2016, apresentado ontem na Expodireto Cotrijal. Os números foram coletados entre os dias 23 e 27 de fevereiro, em 352 municípios. Considerando as demais culturas de verão, o Estado deve colher 28,8 milhões de toneladas, alcançando sua segunda maior safra, pouco inferior à do ciclo 2014/2015, que atingiu 28,9 milhões de toneladas.

A produção de arroz, prejudicada pelo excesso de chuva, deve ficar em 7,934 milhões de toneladas (queda de 8,58%). O milho, por sua vez, tem previsão de colheita de 4,738 milhões de toneladas (queda de 15,8%). Já a primeira safra de feijão tem um volume estimado em 65 mil toneladas (aumento de 7%).

Na soja, o aumento da produção deve-se principalmente à expansão da área plantada, que passou de 5,26 para 5,47 milhões de hectares. Isso compensou a queda de 1,94% na produtividade, que ficou em 2,9 mil quilos por hectare.

"A safra mostra que é o campo que vai dar estabilidade ao Produto Interno Bruto do Rio Grande do Sul", afirmou o presidente da Emater, Clair Kuhn. Segundo o dirigente, o produtor não deixou de investir na lavoura, mesmo em um ano-safra cercado pela crise econômica e pelo aumento nos custos. No entanto, Kuhn chama a atenção para a necessidade de diversificação e manejo do solo, uma vez que a oleaginosa representa cada vez mais da produção agrícola gaúcha. Por isso, a Emater pretende incentivar o plantio de milho na pequena propriedade e a calagem. "O calcário potencializa a absorção dos nutrientes", justifica.

A colheita da soja, que já teve início na região do Planalto Médio, vai se intensificar a partir da segunda quinzena de março. Segundo o agrônomo da Emater Alencar Rugeri, o bom desempenho do grão deve-se principalmente a fatores climáticos (já que o El Nino mostrou-se favorável ao cultivo) e à crescente adoção de tecnologia nas lavouras. A produção só não deve ser maior porque a Metade Sul registrou perdas em função de dois períodos com ausência de chuva.

Fator de preocupação no início da safra, a ferrugem asiática não chegou a causar prejuízos. Rugeri, contudo, chama atenção para o uso de produtos de baixa eficácia no combate a pragas e doenças, que podem comprometer a produtividade. Conforme o agrônomo, a maturação da planta está assegurada. "Se não for registrado nenhum fenômeno de grande impacto, (a safra) está consolidada", afirma.

Segundo o secretário de Desenvolvimento Rural, Tarcísio Minetto, a produção de soja desta safra representa um valor bruto de produção de R$ 19 bilhões, o que irá permitir ao produtor antecipar a compra de insumos para a próxima safra. Com a compra antecipada, diz Minetto, o agricultor pode economizar até 20% com os custos de produção. O secretário ressalta, ainda, que no momento do plantio o preço do milho estava desfavorável, diferentemente de hoje, o que acabou estimulando a ampliação da área de soja.

A situação da cadeia do milho será discutida nesta quinta-feira, durante reunião de representantes do setor com o governo do Estado, no Parque da Ex-podireto Cotrijal.

Movimento cresce no segundo dia

O movimento de pessoas circulando pelo parque da Expodi-reto Cotrijal cresceu no segundo dia do evento, ontem. O público de 46,8 mil pessoas superou o de 23 mil pessoas da segunda-feira, mas foi inferior ao de 50,4 mil visitantes do segundo dia no ano passado. O vice-presidente da Cotrijal, Ênio Schoroeder, diz que, mesmo com a queda, os números são muito significativos e reforçam a importância do evento.

Segundo o dirigente da cooperativa, a movimentação nas instituições financeiras é grande, com muitos produtores buscando informações. "É cedo para projeções, mas há indicativos de que os negócios serão bastante expressivos", comentou.De celular na mão para registrar tudo à sua volta na primeira visita à Expodireto Cotrijal, o agricultor Sergio dos Santos Moretto, 36 anos, disse ter se surpreendido com a dimensão da feira. "Temos aqui toda a informação necessária para melhorar a produção, seja com máquinas mais modernas ou com as novidades sobre todos os setores da nossa área de atuação", ressaltou.

1 Comentário

  • Esse aumento de área é por conta dos arrozeiros q estão expandindo suas áreas com soja pra não ficarem a merce das indústrias q baixam os precos nestas época pra lucrarem nas custas do produtor. Mas esta mamata tá acabando com O AVANCO DA SOJA NA VARZEA. SDS.

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