Subsídio americano ao arroz e soja deve ser contestado
A primeira seria contra os subsídios para cultura do arroz, que segundo estudos realizados por lideranças brasileiras do setor, chegam a US$ 10 bilhões nos últimos 10 anos, beneficiando cerca de sete mil produtores.
Depois de vencer a disputa contra os subsídios norte-americanos para a cultura do algodão, o Brasil já estuda mover outras duas ações contra os Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio (OMC).
A primeira seria contra os subsídios para cultura do arroz, que segundo estudos realizados por lideranças brasileiras do setor, chegam a US$ 10 bilhões nos últimos 10 anos, beneficiando cerca de sete mil produtores. O outro contencioso, ainda em fase embrionária de estudos, seria para a soja, segmento liderado pelos norte-americanos, tanto em produção quanto em exportação.
O chefe do Departamento de Negociações Internacionais e de Comércio Internacional (Decex) da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antônio Donizeti Beraldo, diz que possíveis ações contestariam as políticas domésticas de subsídios dos Estados Unidos, muito parecidas com as oferecidas ao algodão. Segundo Beraldo, a vitória do Brasil na OMC nesse último caso seria um bom precedente para novas ações.
Segundo o presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) e membro da Confederação das Entidades Arrozeiras da América Latina (Celarroz), Pery Francisco Sperotto Coelho, o contencioso irá incluir ainda o Uruguai.
– Já no próximo dia 16, os uruguaios têm uma reunião com representantes dos Estados Unidos na OMC. Após isso, retomaremos uma agenda conjunta com vistas a uma ação na entidade.
Com uma produção estimada em 13 milhões de toneladas e um consumo que supera os 12,5 milhões, o Brasil exportou de janeiro a julho deste ano cerca de 245 mil toneladas.
– Com os ganhos de competitividade e de produção, queremos disputar de forma justa o mercado de arroz. No entanto, os subsídios norte-americanos causam distorções em todo o mercado internacional do produto – explica Coelho.
Segundo ele, uma série de documentos já foram entregues aos Ministérios responsáveis e falta apenas uma decisão do governo.
Coelho explica que dentro dos projetos de aumento de produtividade do Brasil, existe a intenção de ampliar mercados externos e também o consumo interno.
– Atualmente mercados como África, Oriente Médio e América Central e Latina somam uma demanda de sete milhões de toneladas. Desse total, mais de quatro milhões é abastecido pelos norte-americanos – avalia o executivo.