Subsídios ilegais dos EUA e da UE chegam a US$ 13 bilhões por ano

Para a Oxfam, americanos e europeus pagam, juntos, US$ 13 bilhões por ano em subsídios ilegais que poderiam ser questionados nos segmentos de milho, arroz, tomate, produtos lácteos, sucos de fruta, tabaco e vinho
.

Americanos e europeus continuam dando subsídios ilegais em setores de interesse do Brasil, alertou a entidade britânica Oxfam. Para a Oxfam, um fracasso nas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC) poderá fazer o governo brasileiro e outros países emergentes abrirem novos casos nos tribunais da entidade contra os subsídios dos países ricos. Nos últimos anos, o Brasil venceu os americanos em subsídios ao algodão e os europeus no setor do açúcar.

Segundo a entidade, essa tendência de procurar os tribunais como forma de derrubar os subsídios pode ser o último mecanismo disponível aos governos dos países emergentes. Para a Oxfam, americanos e europeus pagam, juntos, US$ 13 bilhões por ano em subsídios ilegais que poderiam ser questionados nos segmentos de milho, arroz, tomate, produtos lácteos, sucos de fruta, tabaco e vinho.

Grande parte dos recursos, US$ 9,3 bilhões, parte dos americanos. Esses subsídios causariam prejuízos para 38 países em desenvolvimento, entre eles México, Brasil e Moçambique. Para evitar esses processos, americanos e europeus insistem na necessidade de que seja declarada uma moratória nos casos levados à justiça nos próximos anos, o que é rejeitado pelos países emergentes.

No setor do milho, por exemplo, os americanos destinaram US$ 25 bilhões a seus produtores nos últimos cinco anos. Sem esses recursos, a produção americana cairia em 15%, as exportações desapareceriam e os preços mundiais aumentariam 7%. Países como Paraguai, Argentina, Equador, Honduras e Peru poderiam ganhar espaço no mercado internacional se não fosse pela existência desses subsídios.

Quanto à indústria de suco de frutas, os europeus subsidiam as empresas italianas e espanholas a uma taxa de até 300% sobre o valor de produção. Isso seria o equivalente a 250 milhões de euros por ano. Sem esses recursos, Brasil, Argentina, Costa Rica e África do Sul poderiam ganhar US$ 40 milhões por ano no incremento de exportações e o preço internacional do produto aumentaria em 5%.

No setor de lácteos, os europeus subsidiam seus produtores em 1,5 bilhão de euros por ano. Brasil, Argentina e Uruguai poderiam aumentar exportações de manteiga, por exemplo, se esses subsídios não existissem.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter