Sul Catarinense projeta safra de arroz 20% maior

O forte calor do verão não afetou a colheita e o custo de produção caiu, mas o valor da saca oferece pouca margem de lucro.

As lavouras de arroz irrigado prometem uma safra que deixará os rizicultores satisfeitos. A produção 2009-2010 nas cidades Nova Veneza, Meleiro e Forquilhinha, maiores produtores do Sul do Estado, promete ser até 10% maior. Se considerada toda a região, a safra crescerá 20%.

Existem duas razões principais para a expectativa: temperaturas regulares – os dias com médias próximas a 40°C causaram poucos danos – e as chuvas “na medida”, principalmente nos meses de setembro e outubro, época de floração.

De acordo com o engenheiro agrônomo da Epagri de Araranguá Rene Kleveston, a alta produtividade das lavouras se deve às tecnologias bem aproveitadas, melhor manejo dos insumos, da terra e controle de pragas.

– A média de colheita será de 150 sacas (7,5 toneladas) por hectare este ano – comemora Kleveston.

Ele calcula também um custo de produção menor este ano: em 2008-2009 o saco de adubo custou R$ 80, e em 2009-2010, R$ 45.

A colheita do arroz começou na última semana de fevereiro, com picos máximos projetados para a primeira quinzena deste mês.

Na lavoura do agricultor Antônio Dassoler Pessetti, 53 anos, que fica na localidade de Rio Morto, em Meleiro, a safra não poderia ter sido melhor. Apesar do vento ter dado um susto no rizicultor, quebrando algumas plantas, o clima não prejudicou a colheita. Nos 60 hectares que plantou este ano, ele vai colher 9 mil sacas, volume equivalente ao da safra anterior.

– As plantas estão bonitas, vistosas. O maior problema sempre é o valor da saca, porque temos um custo médio de R$ 23 por hectare e as sacas de 50 quilos ficam por R$ 30. Assim fica difícil lucrar – reclama Pessetti.

A preocupação dos produtos até o final dos trabalhos de colheita é com o granizo e o vento.

No caso de Pessetti, que planta com o irmão numa região rodeada por morros, considerada de risco, se um temporal com granizo os surpreende correm o risco de contabilizar uma perda de 80%.

Preço da saca não deve mudar

Para Kleveston ainda é cedo para apostar em aumento de preço da saca. A previsão é de que nas cooperativas o valor seja de R$ 31 e no mercado, de R$ 30, conforme a pressão da oferta de colheita.

A orientação é de que o rizicultor faça uma média para regular o mercado durante o ano.

Santa Catarina é o segundo maior produtor de arroz do país, atrás apenas do Rio Grande do Sul. A estimativa para a safra 2009-2010 é de uma produção de 1,1 milhão de toneladas de arroz no Estado, quase 9% da produção brasileira (12 milhões de toneladas).

1 Comentário

  • Gostaaria e me manifestar sobre essa matéria principalmente no seu enunciado, pois acredito que foi equívoco por parte dos jornalistas que a colocaram esse aumento de produção em Santa Catarina, pois eu certifico atravez da Acapsa mais de 2.500 Ha área de semente e o que eu vejo é todos reclamando de uma perca referente aos anos anteriores de no mínimo de 20 a 30 ha por Ha.

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