Sul-coreanos e americanos fecham pacto histórico

O produto mais sensível da pauta de negociações, contudo, segue protegido pelos coreanos – o arroz não terá acesso livre.

Os Estados Unidos e a Coréia do Sul assinaram um importante pacto comercial nesta segunda-feira, em Seul. A poucos minutos do fim do prazo para as negociações, os representantes dos países anunciaram o acordo, que corta as taxas e remove barreiras comerciais entre os países. Durante os nove meses de negociação, o pacto foi muito criticado na Coréia do Sul, onde violentos protestos pediam o cancelamento do diálogo com os americanos.

Os sul-coreanos contrários ao acordo temem que os produtores agrícolas do país, que recebem pesados subsídios do governo, não aguentem a concorrência de alimentos americanos mais baratos. O presidente Roh Moo-Hyun, contudo, afirma que as possíveis dificuldades de alguns setores serão superadas pelo crescimento da economia como um todo.

– O acordo é a base para catapultar a Coréia rumo a uma economia avançada – disse ele.

O vice-representante de Comércio Exterior dos EUA, Karan Bhatia, também comemorou muito o acerto, destacando especialmente o benefício aos agricultores de seu país.

– Teremos acesso a um novo e importante mercado. É um grande acordo para os fazendeiros – afirmou, pouco depois da assinatura do acordo. O produto mais sensível da pauta de negociações, contudo, segue protegido pelos coreanos – o arroz não terá acesso livre.

Os americanos queriam que vender seu arroz – muito mais barato – sem barreiras, mas não conseguiu emplacar a proposta. Outro item importante, a carne bovina, foi alvo de uma concessão dos dois lados: os sul-coreanos aceitaram remover a tarifa de 40% cobrada do produto americano, mas conseguiram fazer com que essa redução fosse distribuída ao longo dos próximos 15 anos, de forma gradual. Os países também concordaram em abrir seus mercados automobilísticos.

Coréia do Norte – Os dois países já têm uma relação comercial de 70 bilhões de dólares por ano, mas o acordo pode acrescentar mais 20 bilhões à conta. A grande surpresa da negociação foi o fato de Washington ter aceitado o comércio de produtos sul-coreanos fabricados em território da vizinha Coréia do Norte, rival dos Estados Unidos. Por causa dos conflitos com o país, os americanos queriam vetar o comércio de qualquer produto que viesse do norte.

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