Sustentabilidade e Selo Ambiental no Dia do Arroz do Irga e Canal Rural

Arena lotada no Dia do Arroz.

Com a Arena Canal Rural lotada, ocorreu na manhã desta segunda-feira (28) o tradicional Dia do Arroz, programa transmitido ao vivo para todo o Brasil. Neste ano, o tema central foi sustentabilidade técnica da lavoura arrozeira. O encontro terminou com a entrega dos certificados do Selo Ambiental da Lavoura de Arroz do RS, um projeto do Instituto Rio Grandense do Arroz.

Participaram dos debates os produtores Renato Melchior (Candelária), Luís Fernando Kroef (Capela de Santana) e Geraldo Azevedo (Mostardas), além do coordenador da Região Central do Irga, engenheiro agrônomo Pedro Hamann, e o pesquisador da Estação Experimental do Arroz e mestre em Ciência do Solo Filipe Selau Carlos. A apresentação ficou a cargo de Miguel Daoud, do Canal Rural.

Antes dos debates falaram os presidentes do Canal Rural, Júlio Gargnino, e do Irga, Guinter Frantz. “Esse é um momento especial, porque é o evento que abre a programação do Canal Rural aqui na Expointer. Há um elemento simbólico neste evento com a comunidade do arroz. Foi o Dia do Arroz que deu origem ao projeto do Canal Rural aqui na Expointer, há 21 anos. Foi com a comunidade do arroz que nós começamos essas discussões. É uma honra para o Canal Rural ajudar a comunidade do arroz“, afirmou Gargnino.

Arena lotada no Dia do Arroz

Frantz agradeceu a presença de todos e lembrou os principais projetos do Irga. “O Irga tem como missão, há muitos anos, sempre pautar soluções para os grandes problemas. E neste momento de crise que o setor passa, não é só no RS mas em todo o Brasil, nós também buscamos ajudar o nosso produtor. Nós cada vez mais buscamos mais rentabilidade para o produtor, através dos projetos Soja 6.000 e principalmente o 10+. Nosso produtor precisa de mais renda e estamos cada vez fazendo mais pesquisa com esse foco: rentabilidade. Nosso produtor também precisa olhar para dentro de sua propriedade e ver onde pode fazer de melhorias. E o produtor precisa saber que estamos junto com ele para ajudar nisso também” acrescentou Frantz.

Pedro Hamann abriu o debate fazendo uma análise sobre a produção de arroz no RS, mostrando índices de evolução de produtividade, custos de produção, faixas de produtividade e expectativa para a safra 2017/2018. Ao final, citou as principais limitantes de produtividade que os orizicultores precisam ficar atentos: manejo de daninhas e resistência; época de semeadura; preparo antecipado e drenagem; e áreas repetidas.

Na sequência, Geraldo Azevedo lembrou que foi um dos primeiros produtores do Estado a se engajar no Projeto 10, do Irga. “Em 21 anos mais que dobramos a nossa produtividade com o Projeto 10 e o Programa Clearfield”, relatou. Para esse sucesso, ele recomenda: “Negócios são como a vida: é necessário estar em equilíbrio. Temos que ter o foco no negócio e acreditar no nosso trabalho”, finalizou.

Guinter Frantz entrega o Selo Ambiental a Ramiro Alvarez de Toledo Lutz
Luís Fernando Kroef começou advertindo que “não existe fórmula para o sucesso” e fez um relato histórico da Granja Paquete, de Capela de Santana, lembrando que a fazenda existe desde 1892. Ao final, apontou as diretrizes da empresa: controles administrativos, sustentabilidade ambiental, regularidade trabalhista e fiscal, planejamento de ações e imobilização, estratégias administrativas e atitude com base em dados. Arrematou com uma crítica aos gestores públicos: “Conseguimos gerar um bom volume de impostos, que infelizmente nem sempre são gastos devidamente pelo poder público”.

Renato Melchior terminou os depoimentos dos produtores, falando da experiência da propriedade de sua família em Candelária, administrada por ele, seu irmão e seu pai. “Hoje migramos mais para a soja. Cultivamos soja em dois terços da área, ficando o arroz com um terço apenas. Trabalhamos com pré-germinado, pois você não depende tanto do tempo. Mas se você repetir essa prática por muitos anos acabará tendo problemas com pragas, larvas vermelhas e caramujos”, encerrou.

“Dentro da porteira temos que ser eficientes”, lembrou Felipe Selau, do Irga, no encerramento do debate. Selau falou sobre as lavouras do passado, do presente e do futuro. “Nos anos 2000, evoluímos a partir de preparo antecipado, semeadura na época recomendada, uso de semente certificada, irrigação na época recomendada, fertilização equilibrada e uso racional de defensivos”, lembrou. Sobre a lavoura atual, ele mostrou dados comprovando que nas últimas sete safras a cultura do arroz no RS cresceu em produtividade apenas 8% no total, ficando abaixo do crescimento mundial de 2% ao ano. Sobre a lavoura do futuro, ele indicou o caminho da soja em rotação com arroz, integração lavoura-pecuária, novas cultivares com maior produtividade e resistência a doenças e a pesquisa trabalhando lado a lado com a extensão rural.

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