Tabela de fretes eleva preços para escoar o arroz
Os custos maiores são para quem manda arroz por cabotagem para outras regiões como o Nordeste.
O envio de arroz do Rio Grande do Sul – maior produtor do País – para outras regiões do país ficou mais caro. A criação dos preços mínimos para os fretes foi aprovada pelo Congresso, com votação de Medida Provisória sobre o tema, mas uma série de ações questionam a iniciativa na Justiça, o que fez o Supremo Tribunal Federal (STF) suspender a tramitação de todos os processos e tentar uma decisão unificada. Diante da falta de acordo entre as partes após reuniões para tratar do tema, o ministro Luiz Fux, relator do caso, deve julgar a questão apenas no final de agosto.
Enquanto isso, como a Medida Provisória previa isenção de multa para quem descumprisse a tabela, agentes de mercado começaram a praticar valores intermediários, abaixo da tabela da ANTT, mas acima do praticado em abril. O valor do transporte de grãos teve acréscimo médio de 44% na Região Sul do Brasil. O tabelamento criou distorções de toda ordem. Para um frete a São Paulo com entrega em mais de um local, por exemplo, o valor até caiu, já que os valores estabelecidos pela ANTT levam em consideração a distância percorrida, e não o número de pontos onde a carga deve ser deixada. Mas essa é uma exceção. Na maior parte dos casos, ficou mais caro.
Os custos maiores são para quem manda arroz por cabotagem para outras regiões como o Nordeste. Como o produto vai por contêiner, é preciso primeiro transportar a estrutura vazia do porto até a indústria – uma viagem de ida e volta. Há relatos de valores que estavam em R$ 750 e subiram para R$ 1.800. Para caso de uma viagem apenas via rodoviária com somente um ponto de entrega em São Paulo, o custo do frete, que era de R$ 7,00 a R$ 8,00 por fardo de 30 quilos, passou para um intervalo de R$ 9,00 a R$ 10,00. O resultado é que mais indústrias de arroz estão estudando a possibilidade de ter frota própria.