Tabela do frete deixou arroz 10% mais caro, diz associação
Federação dos produtores do alimento foi ao Congresso reclamar do tabelamento dos preços mínimos para o transporte de cargas no país.
Representantes de entidades produtoras de soja, milho, arroz e leite foram nesta terça-feira (10) ao Congresso reclamar da tabela do frete. Segundo os órgãos, o tabelamento é responsável por um encarecimento recente dos custos que foi invariavelmente repassado aos consumidores.
Nos cálculos da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), o preço do arroz nos supermercados já subiu cerca de 10% em função do preço mínimo do frete.
O gerente de Economia da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Daniel Amaral, afirmou que US$ 3,1 bilhões em contratos de soja deixaram de ser celebrados nos últimos 45 dias por conta das incertezas ligadas ao transporte.
Ele defendeu que a postergação dos negócios tem efeito imediato na aplicação do dinheiro que seria recebido no capital de giro do negócio, com impacto potencial para o planejamento e financiamento da próxima safra de soja.
"Se isso passa de certo calendário agrícola, de certo calendário climático, a gente vai comprometendo a safra do ano que vem", afirmou.
Na semana passada, a comissão mista aprovou o parecer do deputado Osmar Terra (MDB-RS), que mudou o texto original da tabela do frete, criada em 30 de maio pelo governo para encerrar a paralisação nacional dos caminhoneiros, que chegou a causar desabastecimento de combustível e de outros produtos em diversas regiões do país
É esperada para esta semana a votação na Câmara do parecer de Terra. Além da Câmara, a proposta ainda precisa ser votada no Senado. Caso não haja votação nas duas casas nesse período, a MP retornará à discussão somente após o recesso parlamentar, em agosto.
Até lá fica valendo a atual tabela da ANTT (Agência Nacional dos Transportes Terrestres), que segundo o setor produtivo, deixou os custos de transportes até 150% mais altos.
O novo texto da tabela agradou aos caminhoneiros. Ele prevê que seja feita uma nova tabela a cada seis meses e que ela leve em conta os custos dos caminhoneiros. E sempre que o valor do diesel suba mais de 10%, ela deve ser refeita. Além disso, a MP prevê anistia das multas e punições aplicadas à categoria durante a greve.