Tailândia: arrozeiros estão sem receber subsídios

É a primeira vez na história que os produtores não receberam dinheiro pelo arroz que já venderam ao governo, segundo o Instituto de Pesquisa de Desenvolvimento da Tailândia.

O programa de subsídio ao arroz da Tailândia está esgotando seus recursos, erodindo a base de apoio agrícola tradicional à primeira-ministra do país, Yingluck Shinawatra, em um momento crítico de protestos antigovernamentais em Bangcoc. O Banco da Agricultura e das Cooperativas Agrícolas, instituição financeira estatal responsável por financiar a política de subsídio, está buscando levantar 20 milhões de bahts (US$ 610 mil) em um leilão de bônus nesta quinta-feira (15/01). A ideia é compensar parte do déficit de 75 bilhões de bahts de um leilão de novembro, quando apenas metade da emissão foi adquirida (US$ 1,00 = 32,75 bahts).

Os recursos serão destinados a pagamentos a orizicultores. Alguns deles não recebem nada há meses. A data-limite para o pagamento referente à colheita de outubro foi novamente prorrogada pelo governo na quarta-feira devido à falta de fundos, enquanto a mídia local informou que apenas 7,3 mil dos mais de 48 mil produtores de arroz em uma província do norte receberam os recursos. Os agricultores estão muito irritados.

É a primeira vez na história que os produtores não receberam dinheiro pelo arroz que já venderam ao governo, segundo o Instituto de Pesquisa de Desenvolvimento da Tailândia. A população rural da Tailândia tem quase sempre sido firme defensora de Yingluck e seu irmão Thaksin Shinawatra, ex-primeiro-ministro deposto em um golpe militar em 2006. No entanto, a expectativa criada pelo programa de subsídio já se transformou em um passivo para o governo, que também teve de enfrentar protestos de seringueiros e outros grupos que exigem igualdade de tratamento.

O atraso nos pagamentos destaca como o programa de subsídio deixou o banco da agricultura e o governo em uma situação financeira precária. A Tailândia tem custos de 300 bilhões de bahts por ano para sustentar os preços do arroz, valor que equivale a 2,5% do PIB. Segundo a Associação de Exportadores de Arroz Tailandês, 10 milhões de toneladas de arroz em casca ainda não foram pagos pelo governo, no valor de 170 bilhões de bahts.

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