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Maiores e melhores: dimensão do grão conta na genética

Descobrimento de
gene deve contribuir
para criação de novas variedades de arroz
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Em meio a inúmeras pesquisas e mapeamentos genéticos em busca de fontes que deem origem a novas cultivares de arroz, cientistas internacionais anunciaram no início de novembro o descobrimento de um gene que transporta açúcares às sementes de cereais.

Este gene deve ajudar na criação de novas variações de alto rendimento de grãos alimentares, como é o caso do arroz e também do milho, que começa a ser produzido com maior intensidade nas várzeas do Rio Grande do Sul como alternativa em manejo de rotação. O estudo foi publicado pela revista britânica Nature e tem origem num projeto científico que reúne pesquisadores da França e dos Estados Unidos.

Segundo os autores, o gene pode ser o responsável pelas grandes diferenças de tamanho apresentadas entre as sementes de cereais cultivadas por produtores atualmente em relação às silvestres. Eles explicam que os primeiros agricultores selecionavam as maiores sementes para cultivar cereais como arroz e milho porque acreditavam que elas apresentavam maior valor nutricional. “O tamanho do grão é determinado por um processo de ‘recheio de sementes’ pelo qual os açúcares são incorporados ao interior delas”, frisa o artigo.

“Este processo gera plantas de maior rendimento. O melhor entendimento dessa reação em cadeia pode ajudar na evolução dos cultivos e no desafio de produzir mais alimentos com a tendência de crescimento sistemático da demanda mundial”, indica o especialista Davide Sosso, da Universidade de Stanford (Califórnia/EUA), coordenador do projeto de pesquisa. Sosso e sua equipe descobriram que um gene presente no milho denominado ZmSWEET4c deflagra o “recheamento de sementes”, cujas células transportam açúcares como glicose e frutose.

Ao comparar as sequências genéticas de milho cultivado por agricultores e seu antepassado silvestre os cientistas detectaram que no processo de domesticação ocorreu uma mutação do ZmSWEET4c. Os especialistas também encontraram no arroz o gene OsSWEET4, relacionado ao ZmSWEET4c e responsável também pela domesticação desse cereal. O descobrimento desses transportadores de açúcares, destaca o estudo, pode, em última instância, contribuir para a criação de novas variedades de alto rendimento de arroz e milho, que são demandas dos agricultores de todo o planeta.

FIQUE DE OLHO
Ainda não há indicativo de quanto tempo levará para que o resultado dos estudos ganhe uma aplicação prática, mas espera-se que já em 2016 novos acordos científicos sejam firmados no sentido de, além de ampliar as pesquisas, permitir o avanço dessa linha de estudos para a geração das novas variedades por meio de institutos internacionais, que deverão compartilhar as informações com outros polos de pesquisas, ou mesmo via iniciativa privada.

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