Taxação dos EUA ameaça sustentabilidade da cadeia orizícola brasileira

 Taxação dos EUA ameaça sustentabilidade da cadeia orizícola brasileira

(Por Planeta Arroz) Em nota publicada na última sexta-feira, a Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz) manifesta profunda preocupação com a decisão do governo dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras, que incluem o arroz beneficiado. Trata-se de uma medida que ameaça a sustentabilidade de uma importante cadeia produtiva, responsável pela geração de emprego e renda no Brasil e, portanto, exige imediata negociação.

Segundo dados da Abiarroz, os Estados Unidos são hoje um dos mercados mais importantes para o arroz brasileiro, absorvendo 13% do valor exportado de arroz branco em 2024 — produto de mais alta qualidade e maior valor agregado.

Essa relação, porém, é historicamente marcada por forte desigualdade: enquanto os EUA possuem ampla facilidade para substituir o arroz brasileiro, o Brasil depende desse mercado para escoar um volume relevante de sua produção beneficiada, fruto de décadas de investimento e promoção.

A decisão de impor um aumento tarifário tão expressivo elimina, na prática, a competitividade do produto brasileiro no mercado norte-americano frente à concorrência, o que pode gerar perdas estimadas de até US$ 25 milhões por ano para a indústria arrozeira nacional.

Diante desse contexto, a Abiarroz defende ações de diplomacia e negociação por parte do governo brasileiro. É fundamental que as autoridades adotem uma postura diligente e altiva, mas também cautelosa, considerando a vulnerabilidade de segmentos como o arrozeiro diante de uma relação comercial importante. A entidade seguirá trabalhando para que o arroz brasileiro mantenha sua presença em mercados estratégicos, defendendo o livre comércio, a competitividade e a sustentabilidade da cadeia orizícola nacional.

OUTRO LADO

Por outro lado, o anúncio do presidente norte-americano, Donald Trump, de tarifas na faixa dos 30% sobre todos os produtos mexicanos e canadenses, poderá reverter em favorecimento aos negócios de arroz do Brasil e do Mercosul nestes dois importantes mercados. O México é o maior importador de arroz em casca e beneficiado dos EUA, somando perto de 900 mil toneladas ano. Já, o Canadá é o quarto maior importador de arroz branco dos EUA. Com as tarifas impostas pelo governo estadunidense, a tendência é de que estes mercados passem a demandar abastecimento a partir dos países do Mercado Comum do Sul, entre eles, o Brasil. Em 2023, o Brasil exportou cerca de 450 mil toneladas de arroz ao México, o que foi um ponto fundamental na balança comercial brasileira do grão. Desde quinta-feira, uma série de sondagens já aconteceram no sentido de obter preços no Brasil de tradings internacionais interessadas em intermediar os negócios com os dois países da América do Norte.

 

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